A denúncia foi feita hoje, à Rádio Morabeza, pelo presidente do Sindicato da Indústria, Comércio, Hoteleira e Turismo (SICOTUR). Mário Correia explica que a situação é preocupante.
“Estou a falar de processos que vêm desde 2000/2001. Naturalmente, é tempo demasiado para que um processo esteja a aguardar julgamento. A demora é tão expressiva que isto terá consequências gravíssimas. Há pessoas que já faleceram, há pessoas em estado de doença preocupante, sem poder beneficiar dos seus direitos, para poderem fazer os tratamentos médicos necessários e há pessoas com idade avançada que também precisam de dinheiro para satisfazer as suas necessidades”, explica.
O sindicalista chama a atenção do poder judicial, do Estado e dos parlamentares, por entender que a morosidade da justiça não tem merecido a devida preocupação. Sobre os processos em causa, Mário Correia diz que o SICOTUR já fez intervenções junto do Provedor de Justiça e da Presidência da República, mas nada foi feito.
“Já falámos com toda a gente deste país e ninguém tem coragem para mexer em nada. Este é um grito de socorro que nós estamos a fazer através da imprensa para chamar a atenção das pessoas responsáveis por este país”, diz à Morabeza.
Para acelerar o andamento dos processos, o sindicato anuncia a preparação de manifestações, ainda sem dada marcada, e a apresentação de uma queixa na Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra o Estado de cabo Verde.
Dos processos pendentes, dez estão a aguardar julgamento no Supremo Tribunal de Justiça e seis na Comarca do Sal. Outra preocupação prende-se com o facto de, segundo Mário Correia, a maioria das empresas em causa já não ter condições para assumir qualquer responsabilidade.