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A situação é mais grave nos povoados no interior do vale, onde, além da ausência de iluminação pública, os acessos são feitos apenas através de caminhos vicinais. Adelino Cruz, um dos moradores, diz que o problema dura há mais de três anos, afirmando que a Electra fez reparações apenas na rede que fica na estrada, deixando o interior às escuras.
“A iluminação pública na Graça é precária. Cerca de 70% das lâmpadas não acendem. Nas zonas mais distantes, com caminhos vicinais, quase 99% [dos candeeiros] não funcionam. Há cerca de três ou quatro anos o défice de iluminação pública era maior, tendo melhorado a rede eléctrica que fica na estrada, mas as zonas distantes quase que não têm iluminação”, denuncia.
A situação é mais complicada, por exemplo, nos povoados de Andriene, Hortas, Cabeçadas, Gameleiro, Buraquinho e Lombo Amaro. Adelino Graça, residente em Andriene, onde a iluminação pública é praticamente inexistente, chama a atenção para as dificuldades no transporte de doentes à noite, em caminhos vicinais.
Os moradores têm reclamado junto das autoridades competentes, mas sem sucesso.
“Estamos numa situação complicada. Não há um candeeiro que acenda em Andriene, uma zona tão complicada. Se tivermos que transportar um doente é um problema, porque nem caminho como deve ser temos. Já estive várias vezes na Electra mas é sempre a mesma coisa, dizem que estão à espera de candeeiros e nada acontece, ficamos sempre à espera”, diz.
Outro morador, José Benvindo, recorda que desde 1999, altura em que a iluminação pública chegou à localidade, nunca houve uma substituição dos candeeiros, que se têm degradado ao longo dos anos. A situação, afirma, é um caos.
“Na zona de Chã de Cima até comprei lâmpada e balastro, com o meu próprio dinheiro, e pedi ao pessoal da Electra para os fixar”, realça.
“Estamos a falar de locais onde pessoas circulam em caminhos vicinais. Imagina que alguém sente algum problema de saúde à noite, como é possível chegar na estrada para apanhar transporte, caminhando na escuridão? Resumindo e concluindo, é um caos”, entende.
Esta mesma situação já tinha sido denunciada pela Rádio Morabeza em 2015.
Electra promete inteirar-se do problema e resolve-lo
Contactado pela Rádio Morabeza, o delegado da Electra em Santo Antão diz que a empresa não tem conhecimento do problema. Osvaldino Lopes afirma que a manutenção tem sido feita, garantindo contudo que a empresa vai inteirar-se da situação para, no quadro do reforço da iluminação pública que está a ser feito na ilha, dar resposta.
“Constantemente estamos lá em termos de manutenção e reparação dos pontos de iluminação pública que estão fundidos, às vezes por uma questão de lâmpadas, de balastro. Temos estado constantemente em todas as localidades de Santo Antão em termos de manutenção da iluminação pública. Queremos ter as pessoas sempre satisfeitas com os serviços prestados, mas de qualquer forma desconhecemos qualquer documento feito á Electra neste sentido. Contudo, nós vamos tentar perceber e responder com o trabalho", promete.
À semelhança das outras ilhas, o responsável garante que a Empresa de Electricidade e Água tem em pauta um programa de manutenção da iluminação pública em Santo Antão.
