Dois homens detidos por burla

PorExpresso das Ilhas,10 out 2018 14:27

Ainda não são conhecidas as medidas de coacção dos dois homens detidos pela Polícia Judiciária no Sal.

A Polícia Judiciária anunciou, hoje, a detenção de dois homens de 25 e 33 anos na localidade de Ribeira Funda, em Espargos, por serem suspeitos da autoria de um crime de burla.

O Comunicado em que a PJ anuncia a detenção explica ainda que os dois homens terão sido autores de um esquema criminoso conhecido por burla das sementes. Os dois homens vão ser hoje presentes a tribunal para conhecerem as medidas de coacção.

Segundo uma nota publicada pelo Ministério Público, em Junho do ano passado, o esquema da burla das sementes "é bastante simples e não apresenta um padrão específico. O esquema baseia-se no seguinte: a vítima recebe um telefonema, a partir de Cabo Verde, mas, com indicativo de um país estrangeiro, onde o burlão ou golpista finge ser da sua amizade ou conhecido da família, oferecendo-lhe a possibilidade de realizar um bom negócio e, no final, repartir entre eles o lucro que alegadamente será bastante elevado".

Depois de estabelecido o contacto, esclarece ainda o Ministério Público, "o burlão ou golpista que, fingindo estar num país estrangeiro, a trabalhar para uma determinada fábrica ou laboratório de medicamentos, informa a vítima que o seu patrão se encontra em Cabo Verde à procura de uma determinada semente milagrosa, utilizada na cura de determinada doença rara, e pede a vítima para intermediar esse negócio.

Em seguida, o burlão oferece o número da pessoa que vende as sementes, o número do telefone do seu alegado patrão e o hotel onde o mesmo se encontra hospedado.

Depois dos primeiros contatos, a vítima faz ou recebe chamadas do suposto vendedor das sementes para combinar a compra e o local da entrega.

Optando por realizar o negócio solicitado, houve casos em que a vítima comprou grande quantidade de sementes e outros em que optou por comprar apenas um grão para servir de amostra, aguardando pela confirmação do suposto patrão.

Neste último caso, a vítima sai a ganhar, geralmente compra cada grão de semente por 1.000$00 (mil escudos) e vende por 25 (vinte e cinco) euros, ao tal patrão, criando assim na vítima a convicção de um negócio bastante lucrativo.

Depois disso, o suposto patrão, fingindo não falar a língua materna cabo-verdeana nem a língua portuguesa, volta a entrar em contato com a vítima, através de um suposto tradutor, mandando informar-lhe que a semente é de boa qualidade e que precisa de uma quantidade maior.

A vítima, convencida da seriedade do trato e perspetivando um negócio bastante rentável, chega até a contrair empréstimos para adquirir as sementes, com o objetivo de as revender a um preço que lhe garanta lucros elevados.

Neste caso, a vítima é levada ao limite até esgotar a sua capacidade de pagamento.

Depois de a vítima adquirir as sementes em grande quantidade, os golpistas simplesmente desaparecem e os números de telefones são desligados.

Na realidade, as sementes não têm qualquer valor comercial. Algumas vezes são sementes de purgueiras e outras são sementes de plantas não identificadas que são pintadas".

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Autoria:Expresso das Ilhas,10 out 2018 14:27

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 jul 2019 23:22

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