A droga estava acondicionada em contentores a bordo de um navio que atracou no porto da Praia.
Os primeiros dados avançados por uma fonte da Polícia Judiciária (PJ) apontam para um total de droga que ultrapassa a que foi apreendida durante a operação 'Lancha Voadora' em 2011, altura em que foram apreendidas 1,5 toneladas de cocaína provenientes da América do Sul.
A PJ recusou-se a divulgar tanto a origem como o destino do navio, remetendo mais informações para um comunicado oficial que será divulgado durante o dia de hoje.
Relatórios de diversas instituições internacionais têm apontado Cabo Verde como uma plataforma de passagem de droga as rotas da América do Sul e do continente africano com destino à Europa.
Em 2015, o Expresso das Ilhas entrevistou a jornalista mexicana Ana Lilia Pérez, autora do livro Mares de Cocaína, onde denuncia a utilização de Cabo Verde como plataforma de distribuição de estupefacientes rumo ao mercado europeu.
Tráfico de droga: Do México para o Mundo passando por Cabo Verde
'Mares de Cocaína' traça as rotas do narcotráfico global feito por via marítima. Ana Lilia Pérez, jornalista mexicana de investigação, escreveu este livro e mostra que Cabo Verde é, hoje, a par de outros arquipélagos atlânticos, um ponto de passagem privilegiado para grande parte da cocaína traficada pelos cartéis mexicanos.
Cabo Verde é, por diversas vezes, mencionado neste ‘Mares de Cocaína’. Ana Lilia Pérez explica o que leva os grandes traficantes a optarem por ilhas e arquipélagos como Cabo Verde como ponto de passagem nas rotas de tráfico e relata casos de apreensões feitas ao redor do mundo.
"Cabo Verde é identificado pelas agências de Inteligência, especialmente dos governos europeus, com uma bandeira vermelha por ser utilizado, pelos traficantes, como zona de operação para o tráfico de drogas por via marítima. Cabo Verde é parte da chamada rota central do tráfico de droga por via marítima, o caminho que se estende desde a América do Sul, na área do Brasil, para a Península Ibérica, e que cruza Cabo Verde para alcançar os Açores, a Madeira e as Ilhas Canárias. A droga é enviada para essas áreas, os fardos são lançados com bóias e esses desembarques são depois apanhados por lanchas rápidas. Depois estas lanchas distribuem as drogas para embarcações menores, especialmente navios de pesca e lanchas que as entregam nos portos ou nas costas dos países de destino", apontou.