“Do nosso ponto de vista o que aconteceu é um acidente. Em princípio é um acidente, segundo consta, e vamos aguardar pelos resultados das investigações”, afirmou o superintendente-geral Emanuel Moreno.
Como foi noticiado, o agente da Polícia Nacional de Cabo Verde suspeito do homicídio de um colega no final de Outubro, detido em 22 de Novembro e vai aguardar julgamento em prisão preventiva, segundo decisão do juiz do Tribunal da Comarca da Praia.
“Trata-se de um caso triste”, admitiu o director nacional, questionado hoje na cidade da Praia, na cerimónia de encerramento do Curso de Comando e Direcção Policial de 16 oficiais daquela força, futuras chefias da Polícia Nacional cabo-verdiana.
O curso foi ministrado durante três meses por oficiais da Polícia de Segurança Pública, no âmbito do Protocolo de Cooperação Técnico policial para 2019 entre os governos de Cabo Verde e de Portugal.
Segundo Emanuel Moreno, a Polícia Nacional “está de luto” e “aguarda com serenidade” a conclusão deste processo.
O agente, de 37 anos, é suspeito de assassinar o colega Hamilton Morais a tiro durante uma operação em Tira-Chapéu.
O crime aconteceu em 29 de Outubro, quando o Serviço de Piquete foi chamado, através do centro de comando, para uma diligência nesse baieeo, considerado dos mais problemáticos da capital.
Segundo a versão divulgada pela Polícia Nacional, ao aperceberem-se da presença policial, os suspeitos puseram-se em fuga, mas imediatamente foram perseguidos, resultando um disparo de armas de fogo que terá atingido mortalmente o agente de primeira classe.
No dia seguinte, a Polícia Judiciária anunciou que um homem esteve nas suas instalações para diligências na sequência do assassinato do polícia, mas que foi dispensado no mesmo dia.
“De qualquer maneira é uma situação grave, mas não colocará em causa o nosso desempenho. Porque a Polícia Nacional terá de estar sempre disponível e de prontidão para fazer face a qualquer situação a nível nacional”, sublinhou o diretor nacional.
O caso, que abalou então o país, levou a embaixada dos Estados Unidos da América em Cabo Verde a emitir um alerta de segurança aos seus cidadãos por causa da onda de criminalidade na cidade da Praia.
Duas semanas depois, após uma reunião com responsáveis pela segurança interna do país, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou 14 medidas para combater a criminalidade urbana, entre elas a revisão da lei das armas e o agravamento de penas em caso de reincidência criminal.
De acordo com o director nacional, a PN, em conjunto com os restantes parceiros e autoridades, está a “implementar as medidas” definidas, para “devolver a tranquilidade aos cidadãos”.
“A população deverá continuar a confiar na Polícia Nacional porque é o que sabemos fazer: Garantir a segurança dos cidadãos”, disse o superintedente-geral Emanuel Moreno.