O anúncio foi feito no parlamento pelo ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, durante o debate da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2020, antecipando a apresentação da segunda fase do projecto, que será feita na segunda-feira, na presença de elementos do Governo chinês, que apoia o programa.
Precisou que o alargamento do programa para a ilha de São Vicente, sobretudo a cidade do Mindelo, a segundo maior do país, representará um investimento de 500 milhões de escudos (4,5 milhões de euros). O alargamento do programa Cidade Segura para a ilha do Sal representará um investimento de 171 milhões de escudos (quase 1,6 milhões de euros) e para a ilha da Boa Vista 100 milhões de escudos (quase 900 mil euros).
“Projecto que fará diferença na modernização da actuação policial”, sublinhou o ministro.
De acordo com uma informação governamental divulgada hoje, esta segunda fase do programa Cidade Segura envolve ainda o reforço da cobertura na cidade da Praia.
O projecto foi instalado na Praia pela empresa multinacional chinesa de telecomunicações Huawei, que contemplou a construção de um Centro de Comando em Achada Grande Frente, instalação do sistema de videovigilância, do sistema de alerta inteligente e da comunicação operacional (voz e vídeo).
A Lusa noticiou em Setembro que o Governo cabo-verdiano vai avançar com o alargamento do programa Cidade Segura a quatro cidades de outras três ilhas do arquipélago.
De acordo com uma resolução do Conselho de Ministros de 18 de Setembro, tendo em conta os resultados da implementação do projecto na capital cabo-verdiana, o Governo criou uma comissão de avaliação técnica para o seu alargamento.
Caberá a esta comissão, que integra membros da área da Administração Interna e da Segurança Nacional, além de representantes locais, conduzir o processo de alargamento do projecto Cidade Segura às principais localidades das ilhas de São Vicente, do Sal e da Boavista.
A resolução refere que “esta nova fase implicará estender o sistema integrado de segurança, com o objectivo de antecipar ocorrências criminais, garantir respostas imediatas às emergências e de melhorar a eficiência na gestão da segurança pública a três novas ilhas, abrangendo quatro cidades”, com “todo o trabalho técnico de preparação, seguimento e de implementação” a ser “ainda mais complexo e exigente”.
O documento sublinha que são reconhecidos os “ganhos” que o novo modelo de gestão de segurança trouxe à capital cabo-verdiana desde a sua implementação em 2018.
Dados avançados pela Polícia Nacional em Julho último indicam que o sistema de videovigilância instalado há um ano na cidade da Praia, no âmbito deste projecto, previne entre 40 e 50 crimes por mês.
O sistema faz parte do projecto Cidade Segura, com o qual o Governo cabo-verdiano estima poder vir a diminuir a criminalidade urbana na ordem dos 30%.
Segundo disse então o comandante do centro do sistema de videovigilância na cidade da Praia, Luciano Vaz Cabral, o sistema é “o ideal” para a capital cabo-verdiana e tem representando “ganhos significativos” no que diz respeito à prevenção da criminalidade.
O sistema, suportado por 300 câmaras em vários pontos da cidade, funciona durante 24 horas e é operado por 32 agentes policiais, com turnos de seis horas cada.