Os números foram divulgados aos jornalistas, à margem do II Encontro Nacional dos Coordenadores do Cadastro Social Único (CSU), que decorre até esta quarta-feira, 11, na Cidade Velha, promovido pelo Ministério da Família e Inclusão Social.
Segundo explicou a directora-geral da Inclusão Social, Mónica Furtado, com base nos dados estatísticos nacionais fez-se a análise das variáveis que mais contribuem para a pobreza ou o bem-estar das pessoas e, com base nisso, foram feitos um cálculo e a classificação dos agregados por grupo, de um a quatro (do mais a menos desfavorecido).
Sendo assim, o grupo dois corresponde a 24,78% dos agregados, seguido do três com 22,20% e do quatro com 17,77%.
Até o momento, informou, já estão registados mais de 40 mil agregados familiares e mais de 152 mil pessoas no Cadastro Social Único.
Desses agregados familiares, 52,69% residem no mundo rural e 47,31% nos centros urbanos.
No que se refere aos indicadores de acesso à água, energia e saneamento, os dados apontam que 43,46% das habitações têm ligação à rede pública de distribuição de água, 41,97% não têm água canalizada na rede pública e 14,56% têm a ligação no exterior da habitação.
“Com a divisão desses grupos, cada programa que quiser utilizar as informações do cadastro, estabelece os seus critérios e, com base nisso, o cadastro emite a lista dos potenciais beneficiários”, esclareceu.
De acordo com esta responsável, a inclusão de um beneficiário depende da disponibilidade orçamental e dos critérios previamente definidos.
“Até agora temos quase dois mil e tal agregados familiares que receberam rendimento social de inclusão com base nesse sistema. Temos agregados que estão a receber tarifa social de energia com base na identificação do cadastro, temos três programas de habitação e de realojamento na ilha de Sal e Boa Vista, entre outros programas”, demonstrou.
Na mesma linha, Mónica Furtado garantiu que se está a preparar a integração com o Ministério da Saúde e que estão a receber solicitações de vários sectores que têm programas sociais, permitindo o uso das informações do cadastro.
“Nós estabelecemos uma meta com todos os municípios para identificar principalmente os agregados familiares que estão nos grupos um e dois, pessoas que actualmente recebem a pensão social e todos os potenciais beneficiários do rendimento de inclusão, porque no próximo ano vamos ter o aumento do número de beneficiários por municípios”, assegurou.
Sendo assim, a directora-geral da Inclusão Social esclareceu que esse encontro vai servir para avaliar se os municípios já conseguiram cumprir a meta, o que falta para cumprir, quais as maiores dificuldades, mas também partilhar as boas práticas.
Mónica Furtado apontou que o maior desafio a nível do cadastro é conseguir actualizar os dados constantemente, uma vez que, segundo ela, existe uma dinâmica familiar com “muita alteração”.
Adiantou, por outro lado, que outro “grande desafio” é ter a maior percentagem possível de pessoas registadas no cadastro.