Jack Ma, dono dos gigantes do comércio a retalho online Alibaba e Ali Express, anunciou através da sua fundação que está disposto a oferecer milhares de equipamentos médicos a cada uma das nações africanas.
“África pode estar um passo à frente do vírus”, assegura Jack Ma numa carta publicada e difundida através do seu Twitter pessoal.
Ao todo, o empresário chinês propõe-se a oferecer “a cada um dos 54 países africanos” milhares de equipamentos médicos para fazer face à epidemia de COVID-19.
“Para combater um rápido aumento na procura de suprimentos e equipamentos médicos a Fundação Jack Ma e a Fundação Alibaba vai doar, a cada uma das 54 nações africanas, 20 mil kits de despistagem, 100 mil máscaras e mil fatos de protecção com os respectivos escudos faciais”, lê-se na carta.
Para além disso, “vamos começar a trabalhar imediatamente com instituições médicas em África para lhes providenciar formação online para o tratamento clínico da COVID-19”, refere Jack Ma.
Entretanto, um voo de carga contendo mais de 6 milhões de artigos médicos chegou no domingo à capital da Etiópia, Adis Abeba.
Os suprimentos de Ma, o fundador do gigante chinês do comércio electrónico Alibaba, serão distribuídos aos países africanos que deles precisem para combater a pandemia da COVID-19 que se tem vindo a espalhar pelo continente.
Um voo de carga da Ethiopian Airlines vindo de Guangzhou, China, chegou ao aeroporto de Adis Abeba com 5,4 milhões de máscaras faciais, 1,08 milhões de kits de teste, 40.000 conjuntos de roupas de protecção e 60.000 escudos faciais de protecção, segundo autoridades etíopes e a Fundação Jack Ma.
O primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed prometeu, na semana passada, distribuir os suprimentos para outros países da África. Ma enviou remessas similares de suprimentos médicos para países da Ásia, Europa, América do Norte e América Latina.
O vírus foi relativamente lento a chegar a África, mas agora espalhou-se para pelo menos 43 dos 54 países do continente e já conta com mais de 1.100 casos confirmados.
Fonte da embaixada da República Popular da China garantiu ao Expresso das Ilhas que o governo de Cabo Verde já tinha sido contactado sobre esta oferta feita pelas fundações Jack Ma e Alibaba, mas esclareceu igualmente que ainda não há uma data para a chegada dos materiais ao país.
Questionado sobre este tema pelo Expresso das Ilhas, esta terça-feira, o ministro da Saúde, Alindo do Rosário, explicou que normalmente “as coisas são feitas a nível regional. E como estamos integrados na CEDEAO e na União Africana, havendo essa possibilidade, os países terão acesso a esses recursos”.
“Há canais próprios, canais diplomáticos que são abertos nestas alturas, para a canalização daquilo que seja posto à disposição das regiões e dos países”, concluiu o ministro.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 955 de 25 de Março de 2020.