O chefe do Governo falava em declarações à imprensa depois de ter visitado as tendas de realização de teste rápidos nos bairros de Casa de Lata e Dinós (Achada Santão António), acompanhado pelos ministros da Administração Interna e da Saúde e o edil da Cidade da Praia.
No início do desconfinamento o Governo apresentou um conjunto de restrições que estão em vigor durante o estado de calamidade, mas com calendarizações diferentes, sobretudo para a ilha de Santiago, a única na altura com casos activos.
Os voos nacionais vão ser retomados no dia 30 de Junho, enquanto os voos internacionais serão retomados em Julho, mas, adiantou, com medidas adicionais e escolhendo os países que poderão recomeçar os seus voos.
“Nós vamos anunciar na próxima semana essas medidas que vão passar pelo uso e utilização de testes em condições que o Governo está a regulamentar neste momento”, referiu.
Questionado sobre as pessoas ainda retidas na ilha de Santiago, Ulisses Correia e Silva assegurou que os que se enquadram no programa de “Regresso à casa” podem ainda o fazer, mas os que não, só poderão a partir do levantamento da interdição das ligações, ou seja, 30 de Junho, mas com novas regras e normas, particularmente de realização de testes.
Ulisses Correia e Silva mostrou-se preocupado com os registos de casos em Santa Cruz, no interior da ilha de Santiago, e na ilha do Sal, e conforme sublinhou, à semelhança do resto do País, é preciso manter a mesma postura, cumprir as regras e evitar situações que possam levar à propagação do vírus.
“O facto de uma ilha, neste momento, não ter nenhum caso não significa que não possa vir a ter, por isso não podemos criar facilidades. Este é um vírus que só se combate e só se transmite através de pessoas, então nós temos de evitar essas situações que possam criar propagações”, acentuou.
Para o chefe do Governo, é necessário, depois do desconfinamento, que a protecção individual continue e que sejam reforçadas as medidas como o uso de máscaras, higienização das mãos e evitar ajuntamento.
Outra forma de prevenção, sublinhou, é a realização dos testes rápidos, e só na cidade da Praia estão a realizar cerca de 1200 testes por dia.
Aproveitou ainda para alertar às pessoas que estão a fazer ‘footing’ para evitarem o ajuntamento e ainda chamou a atenção dos jovens para procurem proteger os idosos e as populações mais vulneráveis, sujeitos a situações que possam levar à morte.
“A guerra ainda não terminou e só termina quando tivermos solução no mundo inteiro de vacinas ou de tratamentos rápidos que permitam resolver o problema, até lá todos nós estamos convocados para fazer um bom combate”, finalizou.
Cabo Verde registou nas últimas 24 horas um total de 34 novos casos de covid-19, sendo 29 na Praia, um em Santa Cruz e quatro no Sal, elevando o total acumulado para 536 infectados.
Do total de casos registados, contabilizam-se cinco óbitos, dois doentes foram transferidos, 241 recuperados e o país tem neste momento 288 doentes internados nos isolamentos institucionais, conforme a última actualização.