Queila Soares avançou que tal problema é característico da cidade turística de Santa Maria, daí um trabalho que leva seu tempo a erradicar, entretanto, não exclui o motivo da “falta de condições”.
A delegada do Instituo Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) na ilha do Sal alega que tal situação se deve a um grupo específico de crianças que necessitam de uma abordagem técnica de outra natureza.
“A situação levanta preocupação do ICCA, não só pelo facto de a ilha ser turística, mas também pelo carácter de migração que ela acarreta”, concretizou Queila Soares, o que conduz a famílias em situações de vulnerabilidade diversas, continuou, aproveitando as crianças de tais vulnerabilidades para estar em lugares que consideram ter mais condições do que a própria casa.
O ICCA garante que as crianças em questão fazem parte de famílias beneficiárias de projectos com cestas básicas ou ajudas de outra natureza, o que descarta a velha máxima do “passar fome em casa”.
Estas crianças, precisou, já se encontravam na rua a pedir, só que antes em pontos turísticos, como Terra Boa ou zona das praias da Costa Norte, mas com a pandemia e o consequente dissipar de turistas nas ruas, assiste-se a uma “migração do fenómeno” para as grandes cidades, onde os pontos não costumam variar, explicou a delegada do ICCA.
“Muitas destas crianças já passaram pelos nossos projectos, nomeadamente pelo acolhimento do dia, mas este é um trabalho diferenciado e já não se aplica a estas crianças especificamente”, concretizou, uma vez que elas careciam de uma actuação diferente, continuou, pois são crianças com processos judiciais a sugerir outras medidas, e que a alternativa poderia passar pela integração dos mesmos num espaço fechado com técnicos com características multidisciplinar.
Outra solução passaria pela instituição “Orlando Pantera”, tendo em conta a necessidade de disciplina das crianças que insistem nessa e em outras práticas que “não condizem com a sua condição de criança”.
A delegada do ICCA apela às pessoas para não corresponderem aos pedidos destas crianças e tentar fazer com que estas entrem em contacto com o ICCA.
“Enquanto isto prometemos trabalhar e nunca desistir nem destas, nem de qualquer criança, porque estas continuam a ser as nossas crianças”, finalizou Queila Soares.