“Portugal pediu a Cabo Verde para realizar voos essenciais. Nós entendemos por voos essenciais, voos familiares, de negócios, profissionais, oficiais e de estudos. Vamos realizar conjuntamente esta operação. Os voos serão operados pela TAP, mas também outras companhias, nomeadamente a Cabo Verde Airlines e SATA. A condição exigida pelo governo português, tendo em conta as recomendações da União Europeia, tem que ver com a realização dos testes PCR nos dois sentidos. Portugal- Cabo Verde e Cabo Verde -Portugal”, afirmou o ministro durante uma conferência de imprensa sobre Corredor Aéreo entre os dois países.
Os voos serão a partir do dia 1 de Agosto, consoante a programação, que já foi feita, para os aeroportos de Nelson Mandela, Praia, e Cesária Évora em São Vicente.
Neste momento, segundo Luís Filipe Tavares, são razões técnicas que permitem realizar os voos a partir desses dois aeroportos. Mas, o governo vai ver quando poderá realizar voos a partir de outros aeroportos de Cabo Verde, em colaboração com o governo português.
Conforme o governante, os voos serão de acordo com as necessidades a partir de Portugal para Cabo Verde e de Cabo Verde para Portugal. Semanalmente serão oito voos, quatro para cada ilha, podendo ser realizados mais ou menos voos. A operação é assegurada directamente pelas companhias aéreas.
“Nós estamos a trabalhar para reabrirmos as nossas fronteiras o mais rapidamente possível. A promessa é abrirmos em Agosto, vamos continuar a trabalhar para que assim seja, nos próximos dias de acordo com a programação tínhamos feito. Mas isso vai depender das condições sanitárias, estamos a trabalhar afincadamente para que de facto possamos reabrir o mais rapidamente possível e satisfazer as necessidades da nossa economia e também da nossa sociedade”, assegurou.
Até 23 de Julho foram realizados cerca de 15 voos entre os dois países e muitos estudantes regressaram a Cabo Verde.
“Nós realizamos vários voos já, cerca de 15 voos, vai haver agora um voo no dia 29 de Julho nos dois sentidos, Lisboa-Praia, Praia -Lisboa, trouxemos muitos estudantes nossos que estão em Portugal, vamos continuar a trazê-los. Temos uma grande demanda das famílias e dos alunos que querem regressar a Cabo Verde porque estão de férias, em primeiro lugar, mas também por necessidades outras”, anunciou.
Na mesma ocasião o embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Moniz, referiu que ao longo desses quatro meses têm havido pedidos por parte das companhias aéreas e que Portugal tem feito uma selecção dos voos que considera essenciais, como é o caso dos doentes que são evacuados.
“Posso dizer que nestes últimos quatro meses já é superior a 100 o número de doentes cabo-verdianos evacuados que foram para Portugal e além disso, várias outras situações. No início muitos turistas estavam retidos, mas claro que a medida que o tempo passa, são várias outras situações de carácter humanitário, de carácter profissional, de compromissos que não podem ficar por cumprir, de razões familiares muito fortes que nós temos procurado no espírito e na base da boa cooperação que temos tipo sempre, responder de forma positiva”, proferiu o embaixador.
Neste sentido, apesar das recomendações da União Europeia, Portugal “abriu uma excepção” para os voos de PALOP e alguns voos dos EUA.
“Enquanto Cabo Verde não abre o seu espaço aéreo nós iremos continuar a realizar esses voos e como disse para atender essas situações todas, nomeadamente situações de carácter humanitário e muito urgentes”, assegurou.
Recorde-se que no passado dia 17 de Julho, os Estados-membros da União Europeia actualizaram a lista de países aos quais reabrem as fronteiras externas, por terem uma situação epidemiológica satisfatória de COVID-19, e mantiveram Cabo Verde de fora assim como todos os PALOP, Timor Leste ou os Estados Unidos e o Brasil.
Por outro lado, Cabo Verde mantém as fronteiras aéreas fechadas até ao mês de Agosto.