A COVID-19: Dos Serviço de Cirurgia do HAN para a Cadeia Central da Praia

PorDulcina Mendes,15 ago 2020 7:37

A COVID-19 já chegou à Cadeia Central da Praia e houve um foco no Serviço de Cirurgia do Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia. Estas informações foram avançadas na segunda-feira, 10, pelo Director Nacional da Saúde, Artur Correia, na conferência de imprensa sobre a COVID-19.

Segundo Artur Correia, há nove casos de COVID-19 na Cadeia Central da Praia, sendo que quatro reclusos infectaram a nível hospitalar, dos quais dois continuam no Hospital Agostinho Neto e dois regressaram à Cadeia Central, mas estão isolados dos outros reclusos.

“Esses dois doentes, felizmente não tiverem contacto com outros reclusos, mas com profissionais da própria cadeia e, a partir desses dois doentes, mais quatro pessoas ficaram infectadas”, confirmou.

Artur Correia afirmou que são nove pessoas infectadas na Cadeia Central da Praia já que surgiu um caso entre os reclusos e que está isolado.

“O risco é enorme, porque em todo o mundo representa um risco, mas as cadeias têm um plano de contingência para minimizar esse risco, mas às vezes não é possível reduzir todos os riscos. A cadeia está a fazer de tudo para evitar uma contaminação generalizada”, indicou.

Artur Correia afirma que está a decorrer um processo de investigação epidemiológico para se poder rapidamente controlar a situação, naquele estabelecimento prisional.

E confirmou ainda que houve um foco nos serviços de cirurgia em que 11 doentes e 10 profissionais foram infectados.

Cinco óbitos este fim-de-semana

Neste fim-de-semana foram registados cinco óbitos no país, elevando para 32 o número de mortes em Cabo Verde pelo novo coronavírus. Esta terça-feira o país registou mais um óbito. Entre quarta-feira passada e esta terça-feira, o país contabilizou 289 novos casos do novo coronavírus, 218 recuperados e seis óbitos.

Artur Correia avançou que nas últimas seis semanas foram registados cerca de 260 casos de COVID-19 e que o concelho da Praia se destaca com maior número de casos.

Presentemente, o país passa a contabilizar 737 casos activos, 2.148 recuperados, 33 óbitos e um total de 2.920 casos positivos acumulados.

Com o aumento de casos no país, o Director Nacional da Saúde tranquilizou os cabo-verdianos dizendo que ainda não se está a enfrentar nenhum colapso no sistema de saúde. “Estamos a dar uma resposta razoável e não temos indícios de colapso do sistema de saúde, basta irem aos hospitais, é só visitarem os hospitais centrais e regionais para verem que não há nenhum colapso”.

Artur Correia disse que os dados que transmitem são os dos laboratórios de virologia no país, são transparentes e sem nenhuma “camuflagem”. “Todo o mundo está apreensivo porque, de facto, esta pandemia é algo de grave e todo o mundo está sempre à espera do pior, mas os dados que avancei são reais, reflectem os recolhidos directamente nas diferentes estruturas de saúde e enviados directamente para os níveis centrais”.

No entanto, o Director Nacional da Saúde apela à confiança dos cabo-verdianos “como demostraram no inquérito que foi feito em que mais de 90% das pessoas estavam satisfeitas com as medidas tomadas. É preciso continuar com esta satisfação, mas ciente de que estamos a enfrentar algo perigoso, grave e que mata as pessoas”.

“Estamos a fazer de tudo para que estejamos concentrados naquilo que é essencial, que é a prevenção e controlo da doença. Tudo o resto, nomeadamente o que se passa nas redes sociais, serve para nos alertar, mas para não nos tirar daquele foco fundamental que é diagnosticar, isolar, tratar, acompanhar e manter o pais abastecido com todos os consumíveis em termos de testes e outros consumíveis em laboratórios”, indicou.

Conforme sublinhou, já há algumas dezenas de profissionais de saúde no exercício das suas profissões vítimas de COVID-19 mas, felizmente, nenhum evoluiu para situações graves.

Governo com novas medidas

Com os sucessivos aumentos de casos, o Governo prorrogou na passada sexta-feira, 7, a situação de calamidade nas ilhas de Santiago e do Sal e anunciou novas medidas para fazer face a esta pandemia.

Dessas medidas constam: encerramento dos bares e tascas, praias na ilha de Santiago interditadas e na ilha do Sal estarão abertas só no período da manhã. Estão proibidas festas e convívios, mesmo em residências particulares. Foi igualmente determinado o uso obrigatório de máscaras mesmo na via pública, em todo o país.

Estas são algumas das medidas anunciadas pelo ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, para fazer face ao aumento de casos de COVID-19 no Sal e em Santiago.

No caso dos restaurantes, vão continuar a funcionar, mas devem suspender o atendimento ao público às 21h30, com encerramento de todas as actividades às 22h00.

Para os restantes estabelecimentos comerciais, com excepção das farmácias e padarias, deverão suspender o atendimento ao público às 18h30, com o encerramento de todas as actividades às 19h00.

Na ilha do Sal, as praias vão ficar abertas das 06h00 às 10h00, isso no âmbito das medidas restritivas anunciadas pelo Governo, na passada sexta-feira.

As novas medidas vão vigorar durante 21 dias. Contudo, o bastonário da Ordem dos Advogados questiona a inconstitucionalidade dessas medidas anunciadas pelo Governo.

Ainda não há uma posição do Presidente da República sobre essas medidas. No entanto, alguns partidos políticos como o MpD e a UCID já se posicionaram a favor dessas medidas.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 976 de 12 de Agosto de 2020.

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Autoria:Dulcina Mendes,15 ago 2020 7:37

Editado porSara Almeida  em  29 mai 2021 23:21

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