Segundo o Director Nacional de Saúde, Artur Correia, o comportamento das pessoas em alguns pontos do país é um acto condenável. Essa consideração foi feita na segunda-feira, na habitual conferência de imprensa sobre o balanço da situação da doença no país.
“Estamos em plena pandemia da COVID-19, que é uma doença que tem feito muitas vítimas mortais. Inclusive em Cabo Verde, já temos 42 óbitos até este momento, e é uma doença que se transmite rapidamente, pela proximidade entre as pessoas. O vírus vai de uma pessoa para outra, quanto mais próximas estiveram uma das outras”, avisa.
Artur Correia explicou que muitas pessoas que estão com COVID-19, nem sabem que tem essa doença, porque não apresentam sintomas. “Então todo o cuidado é pouco sobretudo na camada jovem, como temos dito aqui várias vezes, de certeza todo os jovens têm pessoas idosas em casa e de risco, em termos de doenças associadas”.
“É uma responsabilidade acrescida que os jovens devem ter, não só para si, mas também para seus colegas e sobretudo para os seus familiares idosos que estão em casa. O Director Nacional de Saúde sublinhou que ainda não conseguiram baixar a crista da pandemia, e que isso só é possível se todas as pessoas fizeram a sua parte, incluindo os jovens, no concelho da Praia, mas também em todo Cabo Verde.
“Mesmo nas ilhas onde ainda não há casos activos, as actividades preventivas e protectoras devem ser tomadas e compridas conforme mandam as regras que todos nós já conhecemos”.
Artur Correia acredita que só é possível debelar o avanço da epidemia, se todos fizerem a sua parte e considerou que a comunicação social tem um papel fundamental no processo de empoderamento da população.
“Sabemos que a população está cada vez mais empoderada, em relação ao controlo e prevenção da COVID-19, os estudos apontam para isso, mas falta sair do conhecimento para atitudes e práticas preventivas para conseguirmos debelar esse grande mal que estamos a enfrentar”.
A presidente do INSP, Maria da Luz Lima, chamou a atenção das pessoas nas celebrações com a chegada das chuvas, pois ainda estamos com a pandemia da COVID-19 em Cabo Verde.
Conforme Maria da Luz Lima, mesmo não tendo doentes activos em alguns concelhos, a prevenção deve ser geral. Por outro lado, disse que há o risco de doença quando entramos em contacto com água das cheias e as inundações, porque “se as pessoas tiveram contacto com essas águas podem ter problemas de pele, gastrointestinais, hepatites e várias outras doenças”.
Esta semana, Porto Novo, em Santo Antão entrou no grupo dos concelhos com casos positivos de COVID-19, com a confirmação do primeiro caso da doença, no domingo, 6.
Paul, Santa Catarina do Fogo e Brava são os concelhos que ainda não tem registo de casos positivos de COVID-19. Enquanto na ilha do Fogo os casos têm estado a surgir, já na ilha do Sal ao que parece a situação tem vindo a estabilizar. A ilha do Fogo contabiliza até este momento 124 casos positivos de COVID-19, sendo que o município dos Mosteiros regista o maior número, 116.
Em relação aos dados semanais, de 2 a 8 de Setembro foram registado 355 casos positivos e 428 pessoas tiveram alta.
De acordo com os dados actualizados esta terça-feira, 8, o país passa a contabilizar 505 casos activos, 3851 casos recuperados, 42 óbitos, 2 transferidos e um total de 4400 casos positivos acumulados.
Já a nível mundial, a pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 893.524 mortes e infectou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 980 de 9 de Setembro de 2020.