Fim do estado de emergência "é um grande desafio para Cabo Verde"

PorAndre Amaral,21 mai 2020 19:08

O regresso de Santiago ao período pós-estado de emergência foi um dos temas abordados, esta quinta-feira, pelo Director Nacional de Saúde, Artur Correia, na conferência de imprensa diária sobre a situação da COVID-19.

"Estamos em crer que vamos conseguir baixar esta onda crescente" de casos de COVID-19 em Santiago, afirmou Artur Correia, dizendo que está optimista para o período depois do fim do estado de emergência. "Não tenho dados a provar contrário. Estamos no bom caminho e os resultados demonstram isso", reforçou.

Ainda assim, Artur Correia reconheceu que a situação que se vai viver a partir do dia 30 de Maio, com o fim do estado de emergência, "é um grande desafio para Cabo Verde, porque implica muito maior responsabilidade por parte da população, mas também por parte das autoridades sanitárias e das forças de segurança".

"Sabemos que não vamos erradicar a COVID de imediato, mas vamos trabalhar para que se continuar a haver casos não haja uma enchente como tem acontecido em vários países do mundo", acrescentou ainda o Director Nacional de Saúde.

Já no que respeita ao tratamento de pacientes com cloroquina, cuja eficácia como forma de tratamento à COVID-19 tem sido posta em causa, Artur Correia confirmou a utilização deste medicamento em Cabo Verde, mas explicou que "em todas as normas que produzimos até ao momento há lá uma ressalva que possibilita a actualização de acordo com as evidências que forem aparecendo".

Ainda em relação a este assunto, Jorge Barreto explicou que em Cabo Verde "estamos a usar a hidroxicloroquina que é um medicamento muito parecido com a cloroquina mas tem a vantagem de ter menos efeitos adversos", explicou, acrescentandoque "no protocolo que temos em Cabo Verde não indicamos directamente que a hidroxicloroquina seja um dos tratamentos de eleição. Nós dissemos que existiam algumas experiências de tratamento utilizadas em alguns países e que ainda estava em investigação".

Jorge Barreto explicou ainda que "de acordo com a avaliação médica e a discussão, em equipa, dos casos graves se se entender que o doente poderá beneficiar com a utilização" desse medicamento "o médico poderá fazer essa prescrição".

No entanto, a concluir, e referindo-se a "evidências mais recentes", Jorge Barreto afirmou que "foi accionada a subcomissão para a gestão de casos no sentido de revisão do protocolo que está a ser utilizado. Vamos rever o protocolo e ver o que se decide para o tratamento de pessoas que têm formas graves ou que possam ter uma situação que pareça que vá evoluir para uma situação de maior gravidade".

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Autoria:Andre Amaral,21 mai 2020 19:08

Editado porSara Almeida  em  2 mar 2021 23:21

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