Os dados podem ser consultados no site de acompanhamento do COVID-19. Três homens com idades entre os 70 e os 90 anos, residentes em Santiago, estão receber cuidados de saúde depois de terem testado positivo na despistagem para o coronavírus.
Questionado sobre esta questão e se há algo que muda na estratégia do governo para fazer face a estes casos, o ministro da Saúde respondeu que o governo está preparado "para responder, na medida do possível, a qualquer situação independentemente da faixa etária" da pessoa que teste positivo para a COVID-19.
"Os casos de pessoas idosas, que temos registados, até este momento estão a evoluir muito bem, estão praticamente assintomáticos", acrescentou o ministro da Saúde.
Ainda dentro deste tema Arlindo do Rosário esclareceu que as autoridades de saúde "estão a fazer o devido acompanhamento para ver qual será, de facto, a evolução, sendo certo que a abordagem, nesse sentido, não difere em função da idade, mas sim da gravidade do quadro clínico".
Com cerca de 80% dos casos a mostrarem-se assintomáticos a nível nacional, o Director Nacional de Saúde, Artur Correia, questionado sobre se o Ministério da Saúde já teria feito uma previsão sobre o número real de casos de infecção, respondeu esse cálculo já foi efectuado, mas os números são evolutivos.
"Sabemos que neste momento a taxa de ataque em Cabo Verde é baixa, não se compara com Portugal, Espanha ou Estados Unidos, e nós quisemos aplicar essas taxas para podermos fazer uma previsão de Cabo Verde".
Contas feitas, explicou Artur Correia, os números apontam para "uma necessidade em torno dos 80 mil testes".
No entanto, reforçou ainda o Director Nacional de Saúde, o número de casos reais de infecção "é um número evolutivo. Mesmo que eu dissesse hoje, amanhã esses dados poderiam estar alterados e nós já tivemos aqui previsões e projecções que todos conhecem".
Quanto à possibilidade de se vir a criar um cerco sanitário à volta da cidade da Praia o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, que participava nesta conferência de imprensa através de vídeo-chamada, explicou que essa é uma ideia que não está, para já, a ser considerada.
"Santiago é uma ilha com vários concelhos, com muitos povoados, mas em que há uma dependência grande em relação à Praia", começou por esclarecer Paulo Rocha.
Com "milhares de pessoas que precisam de se deslocar à cidade da Praia e sair da cidade da Praia para ir para o interior" todos os dias, o estabelecimento de um cerco sanitário à capital é "do ponto de vista operacional" algo "extremamente complexo, porque não estamos a falar de sítios como a Boa Vista em que se isolou a ilha. O acesso ao interior de Santiago não se faz apenas pelas vias principais, mas também por um número de outros caminhos" o que tornaria o cerco sanitário muito complicado de concretizar. "Operacionalmente não seria assim tão simples", destacou Paulo Rocha.
Cabo Verde conta actualmente com 88 casos confirmados de COVID-19: 52 estão localizados na Boa Vista enquanto 35 foram registados em Santiago. São Vicente mantém o registo de um caso.