A informação foi avançada esta terça-feira pelo director do hospital regional, Evandro Monteiro, que acrescentou que com a instalação dos equipamentos será mais fácil ter os resultados de forma estruturada já que neste momento é preciso fazer o cruzamento dos dados do laboratório de virologia do Instituto Nacional de Saúde Pública mais os do laboratório do hospital regional.
O director indicou que os técnicos vão chegando e no próximo domingo chegarão mais duas técnicas para reforçar a estrutura, do ponto de vista técnico, mas também algum equipamento e material para ter o espaço apetrechado e adequado de modo a ajudar a fazer o trabalho investigativo no terreno.
Segundo o médico, a delegacia está a fazer um trabalho investigativo que irá ser dinamizado a partir da próxima semana com testes PCR, mas indicou que o hospital conseguiu ter num período razoável de tempo, duas a três semanas, a realizar testes PCR que permitiu identificar contactantes, pessoas com sintomatologia e ajudou a estrutura a implementar a estratégia desenhada.
Neste momento a preocupação maior é com São Filipe onde o número de casos tem aumentado e quase que duplicado nos últimos dias, estando neste momento duas pessoas hospitalizadas em estado estáveis e com boa evolução clínica, sendo que um dos pacientes terá alta na quarta-feira e outro até final da semana, e mais de duas dezenas de casos activos, em isolamento institucional e domiciliar.
Na segunda-feira no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde não constava nenhum caso relativo à ilha do Fogo, mas os dados apontam para mais de uma dezena de novos casos positivos em São Filipe.
O concelho dos Mosteiros não tem tido casos activos nos últimos dias, mas apesar disso vai manter-se sob o olhar atento das autoridades de Saúde e em Santa Catarina do Fogo a situação de Tinteira preocupa as autoridades.
“Estamos na fase sensível, em período de campanha eleitoral, e todos os que participam de forma directa ou indirecta no processo de salvaguarda da saúde pública devemos esforçar para desacelerar o processo”, disse Evandro Monteiro indicando que se nota nos últimos dias que o número de casos, na cidade de São Filipe, começou a aumentar e quase a duplicar-se.
Este disse que há muitos factores como a grande movimentação das pessoas, algumas com máscaras e outras nem tanto, não há distanciamento social nem a questão de higienização, práticas que há três semanas se registava e que agora não, devido à influência da campanha eleitoral.
Em São Filipe, devido à complexidade, dinamismo, fluxo de pessoas e algumas características não permitirem definir o foco, pelos dados disponíveis vê-se que as zonas com maior número de casos é a parte alta da cidade, sobretudo os bairros de Santa Filomena, Terra Branca e Congresso.
Com relação à campanha de despistagem realizada no último fim-de-semana em São Filipe, Evandro Monteiro indicou que num trabalho investigativo todas as informações devem ser analisadas e não pretender ter só casos positivos.
Este indicou que não tiveram tantos resultados positivos como as autoridades sanitárias esperavam, mas são resultados que serão comparados com investigações sucessivas porque o trabalho investigativo epidemiológico é continuado observando que ainda antes das eleições é provável que seja realizada mais uma campanha de despistagem em São Filipe e também na ilha Brava.