​Mar invade casas em Tarrafal de Monte Trigo. Governo estuda solução

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,3 fev 2021 18:07

A forte agitação marítima levou o mar a invadir novamente casas na zona de praia em Tarrafal de Monte Trigo, concelho do Porto Novo, Santo Antão. A situação “complicada e constrangedora” acontece há vários anos, por esta altura, referiu hoje o presidente da Associação de Pescadores da localidade.

Em entrevista à Rádio Morabeza, o líder associativo, Izaires Pires, explicou que a forte ondulação, que começa em Dezembro, provoca, desde o início da semana, inundações em habitações de várias famílias e do campo de futebol que fica naquela zona.

“Desde segunda-feira o mar tem invadido casas no Tarrafal de Monte Trigo. É uma situação em que as famílias têm que retirar a água do mar que entra nas suas casas. O campo de futebol também está invadido pelo mar. É uma situação muito constrangedora. A invasão é muito complicada. Apelamos ao Governo no sentido de tentar resolver a situação, tendo em conta que Tarrafal é uma zona piscatória”, realça.

Para tentar resolver o problema, Izaires Pires defende a construção de um muro de protecção.

“A resolução do problema na comunidade passa pela construção de um muro de proteção para proteger as casas que ficam mesmo ao pé do mar. Sem um muro de proteção isso não vai acabar”, defende.

Solução passa por muro ou recuar a comunidade

O Governo garante que já está a par da situação. À Rádio Morabeza, o Ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, diz que a Proteção Civil já foi accionada e a Câmara Municipal já esteve no local a avaliar a situação. O governante lembra que a situação acontece em vários pontos do país, e anuncia a realização de um estudo para determinar se o problema se resolve com a construção de um muro de proteção ou com o recuo das comunidades.

“Estamos a avançar com um estudo para ver se é possível fazer uma proteção naquela zona. Não sendo possível, teremos que estudar outras medidas porque as mudanças climáticas e a subida do nível do mar começam a por muitas zonas costeiras [em risco]. Isto não acontece só em Tarrafal de Monte Trigo. Tivemos esse problema, penso que há um ano ou dois, em Rincão e Cidade Velha, no interior de Santiago. Temos que repensar e criar resiliência para evitar isso. Uma das opções poderá ser recuar essas comunidades, manter a distância que existia em tempos e hoje já não existe”, aponta.

Paulo Veiga refere que os estudos demoram o seu tempo, e lembra que se trata de um projecto a nível nacional, com a parceria das Nações Unidas e do Banco Mundial, para avaliar o risco e as decisões a serem tomadas, e que não é liderado pelo seu ministério. Envolve todo o Governo porque tem a ver com a segurança das pessoas, as casas e comunidades inteiras que podem estar em risco com as alterações climáticas.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,3 fev 2021 18:07

Editado porFretson Rocha  em  2 nov 2021 23:21

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