Em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação dos resultados preliminares do RGPH-2021, a coordenadora técnica, Maria de Lurdes Lopes, avançou que foram recenseadas quatro unidades estatísticas: edifício, alojamento, agregados familiares e indivíduos.
A nível das unidades estatísticas edifícios, alojamento e agregado familiar, Maria de Lurdes Lopes disse que houve um aumento considerável em relação ao total de recenseados no Censo de 2010.
Da mesma forma, constatou-se uma pequena diminuição da população residente que passou de 491.683 em 2010, para 483.628 em 2021, sendo que desses, 243.047 são homens e 240.581 mulheres.
“No censo de 2010 o número de mulheres era superior ao número dos homens. Neste censo nós constatamos, a nível nacional que o número de mulheres é inferior ao número de homens, com excepção dos concelhos da ilha de Santiago onde o número de mulheres é superior”, proferiu.
Segundo a coordenadora técnica do Censo 2021, tanto em 2010, como em 2021, a maioria da população reside no meio urbano. Mas, esta percentagem aumentou de 61,8% em 2010, para 73,8 % em 2021. Por conseguinte, a percentagem da população rural diminuiu.
Entretanto, “globalmente há uma diminuição muito grande da população de 20 a 24 anos em relação a 2010, pode ser devido a mortalidade por causas violentas ou saída de jovens para o exterior para estudos ou à procura de trabalho. Mas tudo isso são hipóteses porque ainda não analisamos nada. Nota-se no topo da pirâmide um ligeiro aumento da população idosa em relação a 2010, que poder também [ter a ver com] o retorno da população idosa para Cabo Verde”, considerou.
O censo dá conta ainda do aumento de número de barracas em relação a 2010, principalmente em São Vicente, Sal, Boa Vista e Praia.
De modo geral, o quinto recenseamento aponta para a existência de 150.016 edifícios e 200.979 alojamentos, 145.952 agregados.
Os resultados definitivos do censo 2021 estão previstos para finais de Dezembro deste ano ou início de Janeiro de 2022.
A operação do RGPH-2021, decorreu no terreno, com a recolha de dados totalmente em formato digital, de 16 de Junho a 07 de Julho, em alojamentos familiares e colectivos, hotéis, estabelecimentos turísticos, hospitais, estabelecimentos prisionais e quartéis, incluindo ainda pessoas sem-abrigo.
Para a sua realização, o INE lançou um concurso para recrutar 1.625 agentes recenseadores no arquipélago, mas a operação envolveu globalmente cerca de 2.000 trabalhadores.
A realização da operação está estimada em cerca de 700 milhões de escudos (6,3 milhões de euros), financiados, além do governo, pela Cooperação Luxemburguesa, União Europeia, Escritório Conjunto das Nações Unidas e a Cooperação Espanhola.