A responsável da UTA falava à imprensa na sequência da greve anunciada, na última terça-feira, pelos funcionários docentes e não docentes do Instituto de Engenharias e Ciências do Mar (ISECMAR) da UTA, através do SINTAP. Os colaboradores pedem a regularização da carreira, denunciam uma suposta perseguição por parte da reitoria e a não instalação de importantes órgãos de gestão.
Raffaella Gozzelino explica que, quanto à carreira, foi criada uma comissão que está a tratar do assunto, que deve ficar resolvido em breve.
“A finalização do processo da lista de transição, a criação e elaboração do Estatuto do pessoal docente e não docente depende da agilidade da comissão constituída no passado 29 de Abril, em finalizar o trabalho que tem sido feito até agora. Estamos na fase final. A greve não tem razão de ser, tendo em conta que estamos na fase final”, refere.
Sobre a criação do Conselho Geral da UTA, a responsável esclarece que a nomeação dos membros externos já foi discutida com a tutela. Garante que há nomeações, que serão dadas a conhecer no “tempo próprio”. Raffaella Gozzelino realça que, na ausência do Conselho Geral, como autoridade máxima da universidade, é a Reitora a garantir que as decisões respeitem o quadro legal, lembrando que a UTA ainda está em período de instalação.
“Assim, embora a reitoria esteja ciente das suas responsabilidades, garanto que tem trabalhado incansavelmente para que os objectivos sejam cumpridos. Contudo, nessa e outras ocasiões, é exigida uma articulação com o próprio Governo, que também tem feito o possível e impossível para que as coisas aconteçam e que também está a trabalhar arduamente para que a UTA possa ser completamente instalada”, diz.
Quanto à alegada perseguição de funcionários, a Reitora diz que é uma questão que não se aplica.
“Não há perseguição na UTA. Se há deveres para um, há deveres para todos. Todos nós somos passíveis de um enquadramento legal quando são cometidas infrações”, afirma.
Gozzelino assegura que a sua equipa nunca tomou qualquer medida à margem da lei. No que diz respeito ao pedido de suspensão da actual equipa reitoral e consequente suspensão de todas as medidas “ilegais” tomadas unilateralmente, diz que que é uma decisão que depende do Governo.
“É o Governo que irá decidir aquilo que tem que fazer. Essa reitoria não abre mão desse desafio que o Governo confiou. Se foi confiado é porque há razões para tal. Por isso que a mudança não tem que ser vista como uma ameaça, mas como um valor acrescido para o país, para atrair novas competências, para fazer uma transferência de conhecimento que a nossa diáspora qualificada é capaz de fazer”, aponta.
Questionada sobre alegadas contratações, sem concurso público, de pessoas próximas e familiares para dirigir alguns serviços, a reitora garante que todas as contratações foram alvo de concursos públicos.
Sobre o facto de a reitoria funcionar fora das instalações da universidade, mas antes num espaço alugado, em Madeiralzinho, a dirigente explica que tem a ver com questões do espaço físico adequado.
Na mesma conferência de imprensa, a reitoria da UTA manifestou total disponibilidade e abertura para o diálogo e a concertação, de modo a instalar um clima de paz, tranquilidade académica e entendimento a favor da construção de um ambiente interno favorável que permita o sucesso da instituição.