O ministro do Mar, Abraão Vicente, refere que o acto de adquirir um motor ou um bote com acesso a crédito é um empoderamento consciente por parte de quem dirige as instituições de microfinanças.
"Aqui é mais um passo extraordinário da parte da Direcção Nacional das Pescas, financiado, digamos assim, pelo Fundo Autónomo das Pescas, para alavancar o sector e comunicá-lo como um sector eminentemente económico, de combate à pobreza, onde há auto-responsabilização. Nós não podemos continuar a distribuir gratuitamente a 100% qualquer instrumento de trabalho", afirma.
Por sua vez, a presidente da Morabi, Lina Maria Mendes Gonçalves, acredita que esta parceria pode ser o ponto de viragem para dinamizar o sector da pesca artesanal e melhorar as condições de vida de milhares de famílias.
“Através da inclusão social e financeira, contribuindo para o crescimento da economia nacional, diminuição da pobreza. São iniciativas desta natureza que se espera do governo. Iniciativas que possibilitam aos mais vulneráveis aceder a recursos financeiros em condições que lhes permitam o investimento necessário para driblar a precariedade laboral, melhorar as condições de vida e garantir a sustentabilidade da atividade desenvolvida a longo prazo”, avança.
O contrato do Fundo Autónomo das Pescas com as instituições de microfinanças visa a operacionalização do edital de apoio à pesca artesanal para o ano 2022, publicado pelo Ministério do Mar, destinado a apoiar os agentes do sector das pescas residentes em Cabo Verde.
Estes apoios à pesca artesanal assumem um caráter de empréstimo reembolsável em 50% dos valores destinados à aquisição e reparação de motores fora de borda, reparação e conservação de botes, aquisição de malas térmicas, aquisição de arcas frigoríficas, aquisição de kits de mergulho e de segurança.