Denúncia feita pelo delegado sindical dos enfermeiros no SINTAP, Nilton Évora, em conferência de imprensa realizada em São Vicente. O sindicalista alega que o problema é antigo e coloca em causa o bom funcionamento do hospital central.
“Desde 2016, os profissionais vêm passando por uma situação laboral extremamente complicada, provocada por falta de recursos humanos. Esta situação que se vem agravando dia-após-dia tem causado constrangimentos internos no bom funcionamento do HBS, colocando em causa uma boa prestação de serviço, stress profissional e risco acrescido para a própria saúde dos doentes”, afirma.
O sindicalista, também enfermeiro no Baptista de Sousa, pede uma auditoria e uma inspecção da Direcção Geral do Trabalho aos “contratos precários”, realizados ao longo dos anos pelo Ministério da Saúde no HBS, para “averiguar e pôr fim à situação de violação dos direitos dos trabalhadores”.
“Admitir um profissional de saúde a trabalhar no hospital central sem direito a previdência social ou seguro de risco é chocante. Executar funções no HBS em serviços vários e receber o pagamento com designação de vacinador de campanha contra a covid-19, precisa de esclarecimentos”, refere.
Os enfermeiros do Hospital Baptista de Sousa não descartam a possibilidade de realizar manifestação e greves, “caso não haja mudanças”.
O dirigente sindical sublinha a necessidade de abertura de um concurso nacional para recrutar novos enfermeiros e profissionais de outras áreas no sector da saúde.
“A pandemia veio mostrar as fragilidades e a falta de recursos humanos que temos dentro do próprio Ministério, por isso é urgente o anúncio de novos concursos. Há uma outra classe, que apareceu durante a pandemia, que é o auxiliar de acção médica, que tem desempenhado uma função muito importante no hospital. Estiverem na linha de frente durante a pandemia, mas nem todos foram chamados aquando da caducidade dos seus contratos”, lamenta.