Em declarações à Rádio Morabeza, Tomás Delgado, porta-voz da reunião, explicou que a manifestação visa chamar a atenção das entidades para as dificuldades que as famílias estão a enfrentar.
“As decisões tomadas aqui hoje são no sentido de realizarmos uma manifestação pacífica de trabalhadores na ilha de São Vicente no dia 1º de Maio, primeiro para simbolizar a data como sendo um dia de luta. Para além disso, a questão central é chamar a atenção do Governo no sentido de exigir que assuma a sua responsabilidade em relação à relação socioeconómica e laboral dos trabalhadores no país. É uma iniciativa dos sindicatos da plataforma sindical e vai acontecer em quase todas as ilhas, principalmente na Praia, São Vicente, Sal, Santo Antão, etc.
A perda do poder de compra, a inflação, precariedade, os baixos salários e promessas não cumpridas de redução dos impostos foram algumas questões que estiveram em cima da mesa durante o encontro que envolveu a União dos Sindicatos de São Vicente (SINTAP, SIMETEC, SICS, SIDPROF), em comunhão com os sindicatos STIF, SINDEP, AJOC, SINAPOL, SIACSA, SISTCEPP, STCT e organizações da sociedade civil.
“A conclusão chegada aqui é que neste momento os trabalhadores cabo-verdianos e as famílias estão a passar por um sufoco em relação à capacidade de compra, há pessoas a passarem dificuldades por causa do aumento exagerado dos preços. Para não falarmos que os trabalhadores não tiveram aumento praticamente desde 2011, com a excepção da actualização de 2,2% em 2019 que foi para um pequeno grupo de trabalhadores. A actualização que o Governo tentou recentemente foi uma simulação”, aponta.
O encontro de hoje, que teve como palco o auditório da Escola Técnica do Mindelo, reuniu todos os dirigentes e delegados sindicais na ilha numa assembleia geral onde foi analisada a situação sócio-laboral por que passam as famílias.