A “marcha da indignação”, foi convocada pela Câmara Municipal de Santa Catarina, e na sequência da morte de Sónia Semedo, de 36 anos, que supostamente foi mais uma mulher vítima de violência e feminicídio.
Na marcha, que teve como percurso Praça Central-Portãozinho-Avenida da Liberdade-Mercado Municipal, este último local de trabalho da Sandra, como era conhecida, além da sociedade civil e várias instituições, participaram a presidente da câmara municipal, Jassira Monteiro, a primeira-dama, Débora Carvalho, e a presidente do ICIEG, Marisa Carvalho.
Em declarações à imprensa, a autarca santa-catarinense congratulou-se com a “adesão massiva” dos cidadãos e instituições, com destaque para homens e crianças, para quem a mesma demonstra que esta luta é de todos, e não só de mulheres.
“Todos nós temos direito à vida”, defendeu Jassira Monteiro, comprometendo-se em continuar a promover acções e políticas de intervenções, sobretudo de respostas, visando reverter o quadro, para dar respostas
“É hora de termos a última Sandra como mulher vítima de feminicídio”, apelou, reconhecendo que Santa Catarina, onde a grande parte da família é chefiada por mulheres tem sido nos últimos meses “referência pela negativa”, aludindo aos dois últimos casos de mulheres que supostamente foram vítimas de feminicídio.
Por sua vez, a primeira-dama, Débora Carvalho, que considerou a manifestação um “manifesto à paz e à empatia”, aconselhou as famílias a reverem a educação que estão a dar aos meninos e rapazes, que assim como têm dado às meninas deve também ser baseada em valores.
“Esta luta não tem género, não tem idade, e é necessário o envolvimento de todos os actores sociais”, afirmou.
Segundo os dados avançados pela presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género (ICIEG), Marisa Carvalho, "nos últimos dois meses registou-se quatro casos de VBG, que tiveram desfecho trágico", cujos crimes estão a ser investigados como feminicídio.