"Tivemos um aumento da população prisional. Temos neste momento cerca de 2.100 reclusos em todas as cadeias a nível nacional", apontou Joana Rosa, em crioulo, na comemoração da semana nacional do recluso, na Cadeia Central da Praia.
A governante referiu o número absoluto, sem termo de comparação, mas de acordo com os últimos números oficiais divulgados, Cabo Verde tinha 1.328 reclusos em 2013, valor que subiu para 1.567 em 2018, distribuídos por cinco estabelecimentos prisionais regionais e dois centrais.
Daquele total, a Cadeia Central da Praia recebia mais de 1.100 pessoas, concentrando dois terços da população prisional de Cabo Verde.
A Lusa tentou hoje obter mais dados intermédios junto do Ministério da Justiça, mas tal não foi possível.
"Temos de trabalhar, enquanto poder público, para reduzir o número dos reclusos”, referiu a ministra da Justiça, sublinhando que a prisão não penaliza apenas quem está detido, mas indica que “o poder público também falhou”.
Segundo a governante, grande parte da criminalidade é cometida por jovens ligados ao mundo dos estupefacientes, que deve estar na mira das autoridades.
O tempo nos estabelecimentos penitenciários deve preparar os reclusos para um regresso à sociedade, através de formação profissional e educação, salientou.
"Queremos aumentar o ensino na cadeia para permitir que façam o 12.º ano e, quando terminarem de cumprir a pena, irem para as universidades", acrescentou.
A titular da pasta da Justiça disse ainda que o número de técnicos sociais aumentou em todas as comarcas, para trabalhar nos casos em que é possível aplicar penas alternativas.
“Reforçámos a inspecção de serviços prisionais e os nossos técnicos estão cada vez mais preparados para lidar convosco, em função da criminalidade que cometem", explicou.
O Conselho de Ministros aprovou na terça-feira uma despesa a rondar 173 milhões de escudos para o Ministério da Justiça contratar a empreitada de reabilitação e ampliação da Cadeia Central da Praia.