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"Temos entre 23% a 25% de taxa de reincidência", referiu Joana Rosa, assinalando uma redução desde 2018 - altura em que um estudo apontava para 33% -, mas ressalvando que a situação "ainda é um desafio".
Segundo a ministra da Justiça, 74,4% da população reclusa no país é jovem, cerca de 60% já consumiu drogas e 40% foram condenados por crimes contra o património.
A primeira mesa redonda de reinserção laboral de reclusos teve como objectivo sensibilizar empresários, para que possam colaborar, disponibilizando-se a receber reclusos para estágios ou após o cumprimento de pena.
"Neste momento temos uma bolsa de empresários e uma bolsa de cerca de 200 reclusos. Temos de saber onde colocá-los e o tipo de trabalho que poderão fazer", consoante as vocações e formação, apontou.
A governante avançou que o Ministério vai apostar na vigilância electrónica, em 2024, para promover a aplicação de penas alternativas.
"Isso vai ajudar-nos a fazer a gestão prisional" e apoiar os tribunais na aplicação de penas alternativas, graças, igualmente, ao "reforço da própria unidade de penas alternativas criada ao nível da orgânica do Ministério de Justiça", apontou Joana Rosa.
De acordo com os últimos números oficiais, Cabo Verde tem cerca de 2.100 reclusos - mais um terço que em 2018, ano do último recenseamento prisional -, distribuídos por cinco estabelecimentos prisionais regionais e dois centrais.
Os números oficiais de reincidência têm sido alvo de debate.
O académico e auditor de segurança interna José Rebelo, com carreira nas unidades especiais da polícia cabo-verdiana, referiu em entrevista à Lusa, em Agosto, que "estudos realizados directamente nas unidades de reclusão indicam que pelo menos 64% dos presos já estiveram no sistema penitenciário duas ou mais vezes”.
