Durante a conferência de imprensa, realizada hoje, Antão Cruz, administrador da Electra, realçou a interdependência entre o sistema eléctrico e a produção de água.
"É importante esclarecer que qualquer perturbação no sistema eléctrico acaba por causar uma perturbação na produção de água", afirmou, explicando que a produção de electricidade alimenta os dessalinizadores, responsáveis pela dessalinização da água para consumo.
Actualmente, a Electra entrega uma média de 12 mil metros cúbicos de água por dia na cidade da Praia, superando a obrigação contratual de 9 mil metros cúbicos. No entanto, Cruz reconheceu que isso não é suficiente, considerando as perdas da empresa AdS de até 60%.
"Nós sabemos que não chega. Com 60% de perdas, sendo o nível de perdas que a AdS tem, não há como", admitiu.
Nas suas declarações, Cruz disse que a empresa tem se esforçado para lidar com as perdas, revelando que dois dos quatro dessalinizadores disponíveis são dedicados a esse propósito.
No entanto, reconheceu a necessidade de medidas adicionais para alcançar as metas de distribuição de água estabelecidas pelo Governo.
"Para atingir essa meta de 2030, efectivamente, é preciso mais investimentos", declarou.
De referir que em declarações à Lusa, o presidente da AdS explicou que a empresa pública Electra, a quem cabe a captação, não fornece água suficiente para a empresa distribuir.
Segundo Nilton Duarte, a AdS recebe 12 mil metros cúbicos (m³) de água por dia, mas precisava de mais de 15 mil para normalizar o fornecimento e compensar perdas e roubos, que são uma prática frequente na capital.