Durante a cerimónia do décimo aniversário do CERMI, o governante enalteceu a relevância da instituição para o desenvolvimento de Cabo Verde.
“O que o CERMI fez, o que tem feito, aliado ao seu parceiro de caminhada, o Centro de Competências de Cabo Verde (CdC 3C), não só contribui para mudar de forma significativa a qualidade da mão de obra cabo-verdiana e de vários países amigos, como também está a mudar o perfil da empregabilidade em Cabo Verde”, discursou.
Eurico Monteiro sublinhou ainda que a existência de formação profissional de alto nível é um factor decisivo para atrair e manter investimentos.
“Na decisão de investimento, seja inicial, seja adicional ou subsequente, para melhorar ou expandir os negócios, a existência de formação profissional de nível elevado, disponível para o mercado, é, sem sombra de dúvidas, um factor de atração de investimentos e de localização das empresas”, acrescentou.
Além da capacitação, o CERMI tem sido um conselheiro estratégico do Governo nas questões de transição energética, contribuindo para a definição de políticas públicas sustentáveis.
Segundo o ministro, o reconhecimento internacional do CERMI reflete-se nas distinções obtidas nos últimos três anos, sendo classificado como o melhor centro de formação em energia sustentável da CEDEAO.
“Temos que continuar permanentemente a atrair soluções tecnológicas e a manter uma relação de proximidade com as empresas, garantindo que a formação profissional continue a ser um pilar essencial do desenvolvimento do país”, concluiu o ministro.
Taxa de empregabilidade do CERMI ultrapassa 70%
O presidente do Conselho de Administração do CERMI, Gilson Correia, realçou que a taxa de empregabilidade dos formandos do CERMI supera os 70%, com 60% a conseguirem contratos com empresas terceiras e 10% a enveredarem pelo empreendedorismo.
“Em termos de empregabilidade, a nossa taxa de empregabilidade é superior a 70%, sendo que 60% desses jovens entram no mercado de trabalho através de um contrato com empresas terceiras e 10% já optam pela criação dos seus próprios negócios, tendo em conta que o CERMI tem um gabinete de incubação que apoia os jovens no fomento ao empreendedorismo e à incubação, de maneira que tenham ferramentas suficientes para entrar no mercado de trabalho e prestar os seus serviços”, disse.
Como resultado dessa estratégia, já foram criadas 24 empresas lideradas por ex-formandos do CERMI. Além disso, um projecto em parceria com a Unidade de Gestão de Projectos Especiais (UGPE) possibilitou a criação de mais 15 empresas, compostas por 30 jovens, focadas na manutenção de infraestruturas hospitalares.
Desde 2015, o CERMI passou de 11 acções de formação e 224 jovens formados para 23 acções e cerca de 500 formados em 2025.
Ao longo desses anos, já foram realizadas aproximadamente 280 ações de formação, beneficiando 3.500 técnicos, incluindo jovens da sub-região da CEDEAO e dos PALOP, conforme salientou o PCA.
A participação feminina também aumentou de 10% no início para cerca de 25% actualmente.
“Graças à parceria que temos mantido com o ICIEG e outras entidades, a ideia é aumentar ainda mais a taxa de mulheres aqui”, assegurou.
Gilson Correia enfatizou ainda que o sucesso do CERMI se deve, em grande parte, às parcerias estratégicas com o setor público e privado.
O CERMI, prosseguiu, também tem um papel relevante na implementação de projectos de energias renováveis em Cabo Verde.
“Já contribuímos com mais de 2 MW em projectos de energias renováveis. O CERMI atua como consultor, tanto para o setor público como para o setor privado, incentivando a boa execução de projectos de energias renováveis. Mais do que usar esse serviço para a promoção de energias renováveis, utilizamos também esse serviço para colocar os jovens em estágio, permitindo-lhes integrar um ambiente real de trabalho”, exemplificou.
Ao longo de uma década, o CERMI já formou mais de 3.500 beneficiários, incluindo técnicos de países da CEDEAO e dos PALOP, como Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Actualmente, conta com 400 jovens em formação, muitos dos quais recebem apoios para alimentação, transporte e uma subvenção mensal, assegurados pelo Fundo de Promoção do Emprego.
Além disso, a instituição foi reconhecida internacionalmente e premiada três vezes como o melhor centro de energias renováveis da CEDEAO, superando os centros de países como Senegal, Nigéria e Gana.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1215 de 12 de Março de 2025.