“Ficamos felizes, afinal, subimos um ranking tão importante, mas há situações que pensámos que devemos continuar a lutar, que ainda persistem cá em Cabo Verde”, disse aos jornalistas à margem da abertura da conferência alusiva ao Dia da Liberdade de Imprensa.
“Subimos num ranking tão importante, mostra que em Cabo Verde se está a fazer algo em prol da liberdade de imprensa”, afirmou Furtado, reconhecendo o mérito do progresso. No entanto, avisa que este avanço “não deve ser motivo para se pensar que já está tudo feito”.
Entre as preocupações apontadas, Geremias Furtado elenca a precariedade laboral como uma das questões mais urgentes.
“Temos jornalistas com salários aquém das expectativas, contratos a tempo determinado que não nos satisfazem, sobrecarga horária e outras situações que a AJOC tem vindo a referir nos últimos tempos”, disse.
O presidente da associação lamenta ainda os constantes ataques a profissionais da comunicação social nas redes sociais.
“Tivemos um deputado eleito pelo povo a sugerir umas palmadas a jornalistas. São discursos que devem ser combatidos, sobretudo quando vêm de quem deveria defender a liberdade de imprensa”, reforçou.
Geremias Furtado defende um maior trabalho de sensibilização junto da sociedade para reforçar o papel da imprensa no sistema democrático cabo-verdiano.
“Todos devemos contribuir para que os jornalistas possam exercer o seu trabalho sem medo de represálias ou intimidações.”
Quanto à gestão dos órgãos públicos de comunicação social, o presidente da AJOC critica a falta de independência em alguns casos.
“Os gestores da RTC são eleitos por um Conselho Independente, mas na Inforpress não há esse modelo. Achamos que, tal como na RTC, deve haver um conselho independente para eleger o administrador da Inforpress, garantindo maior transparência”, considerou.
Sobre as redes sociais, Geremias Furtado reconhece o seu papel no espaço democrático, mas apela à responsabilidade e à literacia digital.