Segundo Luís Teixeira, entrou em funcionamento, desde ontem, quarta-feira, 08, o quarto motor na Central de Palmarejo.
“Com este reforço, atingimos o limiar técnico de segurança, o chamado limiar de não-corte. Isto significa que a EPEC volta a dispor de capacidade suficiente para assegurar o fornecimento contínuo de energia à cidade da Praia, à Ilha de Santiago, sem necessidade de cortes programados por zonas. Entretanto, precisamos consolidar este momento do chamado limiar de não-corte”, garante.
O PCA disse que podemos ter pequenas perturbações. “Neste momento, já temos quatro motores em funcionamento que nos garante o chamado limiar de não-corte. Portanto, este é para já o resultado de um trabalho intenso”.
Por outro lado, Luís Teixeira lamentou todo o incómodo e os prejuízos que esta situação causou às famílias, às empresas, aos estudantes, aos serviços públicos, aos lares, à economia de Santiago.
“Todos nós sabemos o que significa ficar sem energia durante horas. Por isso, em nome de toda a equipa da EPEC, queremos lamentar por todos os transtornos e constrangimentos causados”, realça.
De acordo com a administração, trata-se de uma situação anormal, que é a primeira vez que estamos a enfrentar nos últimos 10 anos.
“Desde o início de Setembro, a Central de Palmarejo registou uma sequência de ocorrências estranhas e anormais em vários grupos geradores, tanto que provocaram uma redução repentina da capacidade de produção e obrigaram a empresa a implementação de cortes rotativos por zonas geridas pela EDEC, a distribuidora, para evitar o colapso total da rede eléctrica. Claramente essas anomalias afectaram 5 dos 6 grupos geradores, indica.
“Importa sublinhar que todos os cronogramas de revisão e manutenção estavam rigorosamente actualizados. A título de informação, o actual contrato de cinco anos, que vigora de 2020 a 2025, com o fabricante, está em dia”, apontou Luís Teixeira.
O PCA afirmou que, neste momento, estao na fase da conclusão da negociação para os próximos cinco anos, 2025-2030 e que, ainda assim, registaram falhas eléctricas e mecânicas fora do padrão que constituem um grande desafio, apesar de estarem com os contratos em dia com os fabricantes.
Nestas circunstâncias, disse que decidiu avançar com uma investigação técnica minuciosa e totalmente independente que envolve uma comissão com peritos externos, fabricante dos equipamentos e a Polícia Judiciária, à qual foi apresentada uma participação formal no dia 6 de Outubro.
Paralelamente, avisa que a empresa está a preparar uma investigação cibernética em parceria com uma entidade externa independente e especializada em segurança digital para analisar possíveis interferências externas no sistema.
“Nenhuma hipótese está a ser descartada e tudo tem que ser investigado e esclarecido com rigor técnico e transparência, em linha com as práticas internacionais, para esclarecer integralmente as causas e garantir que situações semelhantes não voltem a acontecer”, assegura.
Por outro lado, disse que confia plenamente no trabalho das entidades envolvidas e reitera a sua cooperação total com a investigação em curso.
O PCA sublinha que estão em regime de vigilância e prudência, a trabalhar dia e noite para colocar mais motores em funcionamento e alcançar a margem de segurança na produção e distribuição de energia elétrica a todos os consumidores.
“Esta situação será consolidada nas próximas semanas com a entrada de novos grupos. O grupo 3, que é um dos grupos que está em processo de reparação, é o grupo que sofreu a avaria no dia 1 de Setembro. Estamos a guardar a chegada de ferramentas”.
A administração já tinha anunciado os grupos alugados. “Nós contamos com os grupos alugados que vêm por via marítima. No dia 28 de Outubro está prevista a sua chegada aqui à cidade da Praia. A entrada em funcionamento desses grupos móveis está prevista para a primeira semana de Novembro”.