"Cancelámos porque a requisição civil acaba por esvaziar os objetivos da greve e fica sem impacto, mas vamos entregar hoje um novo pré-aviso. Não queríamos deixar de fazer a concentração para sensibilizar a opinião pública", afirmou a presidente do Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública (Sintcap), Maria de Brito, numa alusão a um protesto público realizado hoje nos aeroportos.
Apesar de ter tido conhecimento na terça-feira da requisição publicada no Boletim Oficial, a responsável referiu que não se podia "levantar a greve sem realizar uma concentração importante".
Elisângelo Vicente, presidente da Associação Cabo-verdiana de Controladores de Tráfego Aéreo, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV), disse que os profissionais de escala apresentaram-se no serviço e os restantes participaram na manifestação "para mostrar ao público o descontentamento".
"O Governo entendeu que devia avançar com esta requisição e, por dever, temos de a cumprir", apontou.
A concentração começou às 07:00 e durou até às 10:30 contando com a participação de 33 trabalhadores nos aeroportos internacionais do Sal, São Vicente, Boa Vista e Praia.
Os controladores tinham anunciado uma greve entre hoje e sábado para reivindicar melhorias laborais.
A paralisação pretendia exigir à empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA) o pagamento de horas extraordinárias, subsídio de refeição e outros benefícios, além de um reenquadramento profissional.
Entretanto, segundo o Governo, a requisição civil foi justificada porque a greve "compromete os movimentos nos aeródromos e aeroportos nacionais, colocando em risco a conectividade aérea nacional e internacional, bem como a segurança operacional nos sobrevoos na Região de Informação de Voo (FIR) do Sal".
A mesma resolução alerta que a paralisação poderia provocar cancelamentos, atrasos significativos e redução da capacidade de gestão do tráfego aéreo, com impactos financeiros para operadores, custos adicionais para companhias aéreas e prejuízos para o setor turístico, sobretudo em período de elevada procura.
O Governo considera ainda que o serviço público de transporte aéreo interilhas, essencial num país arquipelágico, ficaria comprometido.
Apesar de reconhecer o direito à greve como fundamental, o Governo defende que o seu exercício não deve comprometer necessidades essenciais, justificando assim a imposição de serviços mínimos.
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