Presidente quer "descentralização" e pede "cultura de exigência"

PorNuno Andrade Ferreira,31 dez 2017 20:46

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Jorge Carlos Fonseca
Jorge Carlos Fonseca(Presidência da República)

​O Presidente da República reforçou hoje o apelo à descentralização e desconcentração. Na sua mensagem de ano novo, Jorge Carlos Fonseca pediu uma cultura de exigência e anunciou a promulgação do Orçamento de Estado.

A partir de São Vicente, onde está por estes dias, o Chefe de Estado realçou a importância de uma administração pública ao serviço dos cidadãos e das empresas e pediu "mais democratização".

"No sentido de levar mais administração às localidades que dela careçam, numa lógica descentralizadora e desconcentradora, no reconhecimento de que o país é arquipelágico, que é urbano e rural, que existem populações distantes da capital e dos centros urbanos e que todos têm iguais direitos de acesso aos bens e serviços públicos", explicou.

Com o Monte Cara em pano de fundo, na ilha que mais tem reivindicado poder de decisão, Jorge Carlos Fonseca enumerou políticas já implementadas e que, no seu entender, apontam para "o caminho que deve ser trilhado". 

"Registo com satisfação os significativos ganhos em matéria de reforço do poder local em 2017, especialmente nos benefícios fiscais concedidos aos municípios e no reforço de meios, através da participação de 50 por cento no Fundo do Turismo e de 60 por cento do Fundo do Ambiente", referiu. 

Na mesma linha, também a assinatura de contratos plurianuais com as autarquias mereceu o elogio do Presidente.

Numa mensagem com um forte pendor económico, Jorge Carlos Fonseca assinalou "alguma vitalidade" na economia, mas alertou que o crescimento do PIB não é suficiente para resolver os problemas que o país enfrenta. "É preciso que os ganhos beneficiem todos os cidadãos" e é necessária mais ambição.

"Precisamos de ser mais ambiciosos e, em certos sectores, mais ousados. Precisamos de introduzir ainda mais mudanças na forma como encaramos os procedimentos para os investimentos em Cabo Verde, como lidamos com as exigências de qualidade na formação, no nível de rigor que empregamos na avaliação do desempenho e promovemos o mérito", defendeu.

Na sua sétima mensagem de ano novo, o Chefe de Estado não esqueceu o Orçamento de Estado para o próximo ano - cuja promulgação confirmou - e aplaudiu o aumento do salário mínimo para 13 mil escudos.

"Ainda é pouco? Claro que sim, mas devemos caminhar com segurança", argumentou, referindo-se à importância da sustentabilidade económica e social.

CEDEAO

Tema delicado, a frustrada corrida à presidência da CEDEAO mereceu breves palavras de Carlos Fonseca. "A vida é assim", desabafou, antes de garantir que Cabo Verde mantém intacta a "vontade de participar activamente na construção de uma comunidade regida cada vez mais pelas balizas da democracia".

O Presidente terminou mais de 15 minutos de discurso ao país com votos de um ano novo "de muitas realizações". 

Mensagem de Ano Novo do Presidente da República

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Autoria:Nuno Andrade Ferreira,31 dez 2017 20:46

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  30 nov 2018 3:23

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