PAICV considera "enganadora" descida da taxa de desemprego

PorExpresso das Ilhas, Lusa,5 abr 2018 6:46

Julião Varela
Julião Varela

​O PAICV considera "enganadora" a descida para 12,2% da taxa de desemprego, defendendo que os dados revelam "degradação" de indicadores chave do mercado de trabalho e destruição de empregos.

O desemprego em Cabo Verde desceu de 15% para 12,2% em 2017, segundo dados divulgados terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INECV).

“É preocupante ver que a aparente diminuição da taxa de desemprego nos indica que a economia não teve capacidade de geração de emprego, muito pelo contrário, os dados apontam para a destruição líquida do emprego”, disse o secretário-geral do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Julião Varela.

O responsável sustentou a sua afirmação nos indicadores do INECV que dão conta da diminuição da população empregada de 209.725 para 203.775 pessoas (menos 5.950 pessoas), da redução da taxa de emprego de 54,2% para 51,9%, do aumento em 19.690 efectivos do número de inactivos e numa taxa de inactividade estimada em 40,8%.

“Se tivermos em conta que foram criados 8.531 postos de trabalho e foram destruídos 5.950 significa que, em termos líquidos, ficamos com 2.581 empregos, muitíssimo longe dos 9.250 postos de trabalho prometidos”, disse. 

“Falar em 12% de desemprego é muito bom, mas pode ser enganador se analisarmos friamente, do ponto de vista económico, os dados que contribuem para esta taxa”, acrescentou. 

Julião Varela sustentou que a descida da taxa de desemprego se fica a dever “em primeiro lugar, à redução da população ativa” a que se juntam “os desempregados que deixaram de procurar trabalho, por desânimo”. 

“Os dados do emprego são piores do que o referente ao ano de 2016, pois apenas 88% das pessoas que estiveram empregados em 2016, mantiveram os seus postos de trabalho em 2017″, reforçou. 

Por isso, entende o secretário-geral do PAICV, “os dados revelam uma dinâmica preocupante [?] através da degradação de vários indicadores chave do mercado de trabalho, sendo de destacar a redução significativa da população activa e da taxa de actividade, mas também um forte crescimento da taxa de inactividade, ou seja, dos desencorajados”. 

Julião Varela comentou ainda os dados sobre o crescimento económico em Cabo Verde em 2017, considerando que o crescimento previsto de 3,9% assenta essencialmente em gastos públicos. 

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,5 abr 2018 6:46

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  5 fev 2019 10:57

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