"Todos os cabo-verdianos já deram conta de que muitas das medidas do Governo do MpD têm endereço certo, destinatário concreto e objectivos inconfessáveis", acusou hoje Julião Varela em conferência de imprensa.
Para o PAICV, a conferência de imprensa que o MpD deu hoje não foi mais do que "uma manobra de distracção em relação a indícios graves de corrupção, de falta de ética e de falta de transparência na gestão de negócios públicos" e acrescentou que os factos "indiciam, claramente, que o Vice-Primeiro- Ministro Olavo Correia, poderá, eventualmente, estar a utilizar os recursos do Estado para beneficiar uma Empresa à qual tenha interesses (sic), numa clara falta de ética e de pudor exigidos aos Titulares de Cargos Políticos".
Assim, prosseguiu Julião Varela, num "país sério, como o nosso e perante todas essas evidências, o Vice- Primeiro-Ministro já teria tirado as consequências, sob pena duma intervenção do Primeiro-Ministro de Cabo Verde, enquanto responsável máximo da Governação", dando a entender que Olavo Correia já se devia ter demitido ou que o Primeiro-ministro devia retirar o ministro das Finanças da equipa governamental.
Questionado sobre se o PAICV poderá pedir o levantamento da imunidade a Olavo Correia caso as investigações do Ministério Público assim o justifiquem, o secretário-geral do PAICV, disse que o seu partido confia que o ministro das Finanças "terá a hombridade de o fazer. Se não o fizer aí sim, seremos nós a pedir".
Quanto ao silêncio do Primeiro-ministro, Julião Varela acusou Ulisses Correia e Silva de ficar "mudo e calado, como cúmplice dessa acção despudorada".
"Enquanto toda a sociedade manifesta a sua indignação e o seu repúdio, pela actuação intransparente do Vice-Primeiro- Ministro, o Primeiro-Ministro esconde-se e, mais uma vez, demonstra a sua falta de coragem e o seu desrespeito pelos cabo-verdianos", reforçou ainda Julião Varela.
Abordado pelo Expresso das Ilhas à saída do Parlamento, onde hoje esteve presente, Olavo Correia não quis prestar declarações.