Emanuel Barbosa fez essa revelação em declarações à imprensa à saída do encontro, esta quarta-feira, com o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, para o entregar o relatório da CPI que averigua os actos de gestão dos TACV no período entre 1975 e 2017, iniciativa em curso desde Julho de 2017, tendo ouvido 57 pessoas, entre as quais antigos administradores e governantes.
“No mês de Junho vamos fazer o debate sobre o relatório hoje entregue, mas é uma situação particular termos conseguido consensualizar quase 50% das conclusões do relatório”, revelou, justificando que isso significa que foi um trabalho profícuo.
Segundo este deputado do MpD, conseguiu-se apurar que houve interferências dos vários governos na gestão dos TACV de 1975 a 2017, assim como houve “gestão ruinosa na empresa”, frisando que as conclusões resultaram das audiências às várias personalidades e da análise feita aos vários documentos recolhidos.
Entretanto, Emanuel Barbosa ressaltou que o que consta nas conclusões mostra que os últimos governos “tiveram uma responsabilidade maior na deterioração da situação dos TACV”, explicando que na sequência do debate do relatório na sessão plenária de Junho, o documento poderá ou não ser encaminhado para a Procuradoria Geral da República (PGR).
“Nesta fase, a responsabilização apurada é mais de ordem política, não obstante haver dados que poderão ser usados para a responsabilização criminal”, observou o deputado, considerando que a situação actual da transportadora aérea nacional é o “somatório das várias gestões que passaram pela empresa”.
A mudança da frota, a contratação de empresas para gerir os TACV e o arresto do avião na Holanda foram, de entre outras, alguns assuntos tratados e relatados no relatório hoje entregue que será posteriormente publicado na página oficial da Assembleia Nacional na internet, para consulta pública.
Para além de Emanuel Barbosa, fazem parte da CPI, Francisco Correia, Milton Paiva, Adilson Fernandes, Carlos Alberto Lopes e Luís Silva da bancada parlamentar do MpD, e do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Walter Évora, José Maria da Veiga, Clóvis Silva e José Manuel Sanches.