​PAICV pede intervenção do Governo para regularizar contas do Banco de Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas, Lusa,22 jun 2018 7:39

A presidente PAICV, Janira Hopffer Almada, manifestou-se ontem "muito preocupada" com a situação do Banco de Cabo Verde, sublinhando a necessidade de o Governo intervir para regularizar as contas.

O Banco de Cabo Verde (BCV) registou, em 2017, resultados negativos, bem como uma situação líquida negativa em 2,4 mil milhões de escudos, dos quais 1,5 mil milhões realizados.

Os resultados negativos resultam, entre outros factores, segundo a administração do BCV, de uma combinação entre o excesso de liquidez da banca comercial, a incapacidade do banco central gerar receitas através de empréstimos e a depreciação do dólar face ao euro.

"É importante que o Governo assuma o seu papel tendo em conta a missão fundamental do Banco de Cabo Verde e faça a intervenção que a lei lhe impõe", disse, lembrando, neste contexto, que o sistema cabo-verdiano prevê a recapitalização do banco central quando se verificam resultados negativos na instituição.

A líder do maior partido da oposição acrescentou que "a lei nesta matéria é clara: é preciso manter o equilíbrio. A lei dispõe que o Governo deva intervir, eventualmente através de subvenções previstas no Orçamento de Estado. É preciso haver alguma atuação porque é preciso preservar o Banco Central".

Para Janira Hopffer Almada, há que "ter em conta o contexto em que os resultados foram originados", considerando que este "não pode ser controlado exclusivamente pela administração" do BCV.

No final do encontro, o governador do Banco de Cabo Verde, João Serra, disse que está a ser negociado com o Governo um plano "faseado" para resolver os resultados negativos da instituição e assegurou que o cumprimento da sua missão de supervisão bancária não está em causa.

"A missão principal de um banco central é fazer a boa condução da política monetária, fazer com que a inflação se situe em níveis suportáveis, com que haja estabilidade do sistema financeiro para que nenhuma instituição financeira vá à falência, com que haja dinheiro para financiar as importações de bens e serviços e com que haja divisas para o país poder servir a sua dívida externa", disse.

Adiantou, por isso, que o banco "está a cumprir na plenitude com a sua missão e a assumir as suas responsabilidades".

"Naturalmente que seria desejável ter as contas equilibradas para não depender de transferências orçamentais o que poderá, em tese, beliscar com a sua independência", disse, garantindo que os resultados negativos não afectam o cumprimento da missão do banco.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,22 jun 2018 7:39

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  17 mar 2019 23:21

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