A líder do PAICV fala em situações intoleráveis em relação à criminalidade urbana.
“Há claramente situações intoleráveis e insuportáveis, designadamente com relação à criminalidade urbana que demonstram uma incapacidade confrangedora do Estado perante os episódios de criminalidade cada vez mais frequentes, ousados e sofisticados e mais horrendos. Fica-se com a impressão que o primeiro-ministro e o seu Governo estão a minimizar e naturalizar situações gravíssimas e que cada episódio criminal independentemente da sua gravidade está sendo considerado normal e apenas mais um para engrossar estatísticas”, aponta.
A criminalidade é uma preocupação em Cabo Verde, onde nos últimos tempos são vários os relatos de crimes sexuais e contra o património, desaparecimento de crianças e homicídios. Janira Hopffer Almada sublinha que o país tem de estar atento às novas ameaças e aos novos riscos.
“Como está não pode continuar, porque os cabo-verdianos merecem viver com tranquilidade, num país seguro onde reina a paz e a concórdia para todos”, sublinha.
Em resposta, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, afirma que a violência e o crime são fenómenos complexos multidimensionais e que a prevenção reclama um pacto institucional real. O governante garante que a questão da segurança está entre as prioridades do Governo.
“Priorizamos a segurança a que damos a dimensão de centralidade nas políticas públicas deste Governo. Estamos a trabalhar numa política pública de segurança que consagra uma lógica de compreensão dos fenómenos da violência e do crime e tem como foco a prevenção e o reforço da cidadania, da paz e da coesão sociais”, declara.
Em Maio, também num debate parlamentar, o PAICV propôs um pacto de regime sobre a segurança pública no país. A ideia, segundo o partido é fazer um acordo que ultrapasse os interesses partidários e ciclos políticos.
Paulo Rocha diz que o discurso do maior partido da oposição tem de ser coerente com essa intenção. O ministro da administração interna desafia o PAICV a apresentar as suas propostas para a melhoria e reforço das políticas de segurança do país.