No debate mensal, realizado hoje na Assembleia Nacional, Ulisses Correia e Silva apresentou números que, na visão do governo, demonstram o sucesso das políticas de emprego que têm vindo a ser implementadas.
“A taxa de desemprego diminuiu em 2017 para 12,2%, apesar da dura seca e do mau ano agrícola. As taxas de desemprego jovem e de subemprego diminuíram. O emprego de jovens com formação superior aumentou de 12,1% em 2015, para 13,6% em 2017. A taxa de crescimento de trabalhadores e de entidades patronais inscritos na segurança social tem aumentado. O emprego criado pelo sector privado que era de 31,2% em 2013, passou para 40,4% em 2017”, resumiu o primeiro-ministro.
Para 2019, as expectativas são igualmente optimistas, garantiu. “As medidas e os investimentos que estão em curso vão acelerar a melhoraria do ambiente de negócios e a redução dos custos de contexto, aumentar os rendimentos das famílias, reforçar a inclusão social e aumentar a actividade económica e as oportunidades de emprego nas ilhas”.
No entanto, e como reconheceu Ulisses Correia e Silva, há, segundo os números do Instituto Nacional de Estatística, cerca de 65 mil jovens que estão fora do emprego, da educação e da formação. “Estamos a trabalhar para reduzir esses números através de Políticas Integradas para a Empregabilidade com suporte em Educação para Todos e de Qualidade; Políticas Activas de Emprego; e Fomento Empresarial”, anunciou durante a sua intervenção inicial.
E esse sucesso futuro, garante, está a ser acautelado com medidas que têm vindo a ser postas em prática. Medidas como o alargamento do ensino obrigatório gratuito, a reforma do sistema educativo, o crescimento do número de bolsas de estudo e a massificação da formação profissional.
A destruição de uma herança
“Da rede de 14 centros de emprego e formação profissional que recebeu, dois já fecharam as portas”, contrapôs Janira Hopffer Almada durante a sua primeira intervenção no debate, dizendo igualmente que os restantes centros “estão agora sub-aproveitados e quase às moscas o número de acções de formação e de beneficiários diminuiu”.
A presidente do PAICV aproveitou a oportunidade para questionar o primeiro-ministro sobre como espera “criar os 45 mil novos postos de trabalho para a juventude” que foram prometidos durante a campanha eleitoral para “este mandato”.
“Já agora, diga-nos: Quantos empregos criou desde 2016? Quantos jovens já beneficiaram de estágios profissionais desde 2016? Quantos estagiários já foram contratados?”, questionou a líder do maior partido da oposição.
Uma herança negativa e com uma cara, diz o MpD
Para Luís Carlos Silva, deputado do MpD, a situação de dificuldade por que passam os jovens de Cabo Verde é responsabilidade da presidente do PAICV que durante a governação anterior teve à sua responsabilidade a tutela da pasta da Juventude.
“Durante os últimos anos, fruto de políticas desajustadas, centralizadoras e sem sensibilidade e focados na manutenção de um determinado status quo no poder, a juventude foi relegada a um papel marginal e inferior. E essa política tem uma cara”, disse.
Recordando que “em 2016, 41% dos desempregados eram jovens”, Luís Carlos Silva. “Tínhamos 45% de população inactiva, e destes a grande maioria eram jovens”, reforçou o deputado do MpD.