Janira Hopffer Almada, que está de visita a Mindelo até esta terça-feira, num programa que inclui visitas a agências de viagem e ainda encontros com forças vivas da ilha, disse ter ficado “constrangida” com o nível de “estrangulamento” que está acontecer.
“O que está a ocorrer é extremamente grave, porque há uma grande desvalorização da ilha por parte do Governo de Cabo Verde e sob um absoluto silêncio da câmara municipal”, advogou, adiantando ser “extremamente difícil” viajar de e para São Vicente.
“Mas também há uma grande desvalorização dos investimentos feitos na ilha e o aeroporto internacional não está a ser aproveitado para servir o povo e a ilha”, realçou, referindo que a transportadora portuguesa TAP tem seis voos semanais para São Vicente, o que prova que “há procura e demanda e o Governo pura e simplesmente ignora a inexistência de voos dos TACV para à ilha”.
“Essa desvalorização dos investimentos e desconsideração para o povo demonstra também a desvalorização das capacidades das gentes de São Vicente”, criticou,.
Para Janira, com a actual postura, o Governo põe em causa “vários negócios e várias micro e pequenas que estão a correr o risco de fechar as portas e mandando para o desemprego dezenas e centenas de pessoas”.
A situação exige uma “atenção imediata e prioritária” do Governo, que não pode “ignorar as consequências deste estrangulamento”, seja a nível interno ou externo.
Assim, o PAICV, assegurou Janira Hopffer Almada, vai “imediatamente” entrar em contacto com o executivo, mas sobretudo sugerir a nível parlamentar que seja tomada uma solução para se retomar os voos directos da TACV para São Vicente e para que se estabeleçam negociações com a Binter para a reprogramação das deslocações para a ilha.
“Não é compreensível e nem admissível que a ilha de São Vicente seja votada a este abandono que o Governo. Os negócios de vários empresários estão a correr o risco de morrerem, porque não há essas ligações”, concretizou.