Deputados debatem voos da Cabo Verde Airlines para São Vicente

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,12 dez 2018 13:39

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O PAICV acusa o governo de descurar a coesão territorial do país e de deixar a mobilidade dos cidadãos à mercê da dinâmica do mercado. A posição foi defendida hoje, no parlamento, numa declaração política apresentada pelo líder da bancada parlamentar, Rui Semedo. Já os deputados da maioria querem que os voos da TACV (Cabo Verde Airlines) para São Vicente sejam "equacionados".

Em causa, a falta de ligações aéreas internacionais, através da Cabo Verde Airlines, para o aeroporto internacional Cesária Évora, no Mindelo, bem como a reacção do primeiro-ministro, que isentou o governo de qualquer responsabilidade nesta matéria.

Rui Semedo recorda que a posição de Ulisses Correia e Silva, no período de campanha, era outra.

“Ou não existe uma política de transporte para um país arquipélago como Cabo Verde, onde deveria haver ideias claras sobre a coesão territorial, a conectividade das ilhas, a circulação normal e fluente das pessoas e de bens, sobre o desenvolvimento do sector dos transportes enquanto factor potenciador de desenvolvimento económico e social, das ilhas individualmente e dos país no seu todo, ou então existem políticas erradas, como a política por detrás desta decisão precipitada, imponderada e desajustada à nossa realidade de insularidade”, afirma.

Rui Semedo lembra que é responsabilidade do governo instituir e manter a prestação dos serviços públicos, indispensáveis para o desenvolvimento da sociedade e bem-estar da população.

“O critério fundamental para tomar essa decisão deveria e deve ser o da existência de uma ilha com pessoas, com actividade económica e com direito à integração na dinâmica do desenvolvimento nacional e internacional. O critério mais importante da ligação deveria ser o da existência de pessoas, a quem devem ser garantidas possibilidades iguais e liberdade de circulação em condições favoráveis, tanto de comodidade como de custo. Estamos a falar do direito da regularidade de circulação de pessoas de todas as ilhas pela transportadora nacional", indica.

Em defesa do governo, o líder da bancada do MpD refuta as acusações do PAICV, e sublinha que em dois anos de mandato não é possível resolver os problemas deixados pelo anterior governo. Ainda assim, Rui Figueiredo Soares afirma que os deputados eleitos pelo MpD também querem que a Cabo Verde Airlines retome os voos para a ilha do Monte Cara.

“Queremos que a nossa companhia nacional, agora em fase de privatização, equacione devidamente a questão dos transportes, e temos a certeza que irá ter em devida conta as ligações aéreas que devem ser feitas também de São Vicente, mas não nos esqueçamos, agora atiram-se ao primeiro-ministro dizendo que ele não é gestor dos TACV, isso é do conhecimento de toda a gente. Parece que os anteriores governantes é que queriam ser gestores dos TACV e por isso levaram a empresa à falência”, diz.

Por seu lado, António Monteiro deputado e presidente da UCID, afirma que não cola a desculpa de relacionar a viabilização económica da empresa com os voos de e para São Vicente.

“Em 2015, os TACV tiveram 3,4 milhões de contos negativos. 4 milhões negativos em 2016 e 3,67 milhões em 2017. Daí que o argumento que se está aqui a apresentar, da viabilização económica dos TACV não cola, porque os dados falam por si. Vamos mudar o discurso (...) De forma que o que interessa ao país, e aos são-vicentinos em particular, é a retoma dos voos internacionais. Tudo o resto é conversa fiada e nada mais do que isso”, sublinha.

O fim da operação da TACV para São Vicente aconteceu em Setembro de 2017, por decisão da nova gestão da empresa, com consequências para os empresários e indústria local, sobretudo no escoamento dos produtos e aquisição de matérias-primas.

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,12 dez 2018 13:39

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  24 dez 2019 7:23

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