“As empresas e as indústrias instaladas no mercado continuam a sentir-se sufocadas no que concerne à exportação dos seus produtos porque não conseguem responder às demandas internacionais que têm, não conseguem exportar os produtos em tempo real e com baixo custo e já disseram que pouco adianta dizer que a TAP tem voos directos de e para São Vicente. As condições dos aparelhos da companhia portuguesa não respondem às necessidades de exportação”, afirma.
O fim da operação da TACV para São Vicente aconteceu em Setembro de 2017, por decisão da nova gestão da empresa.
Filomena Martins sublinha que esta medida coloca os empresários do norte em desigualdade em relação ao resto do país, sobretudo quando há promoções em voos internacionais do Cabo Verde Airlines, a partir da cidade da Praia.
“Neste momento, por exemplo, a Cabo Verde Airlines lançou um pacote, interessante, diga-se de passagem, Praia/Dakar/Praia, centralizado, de novo, numa mesma e única linha. As nossas rabidantes do norte do país não conseguem aproveitar esse pacote promocional interessante, porque chegando à Praia têm um conjunto de despesas acrescidas, que faz com que ou fiquem sem margem de lucro para operar, ou baixem consideravelmente a sua margem de lucro. Estamos a falar de um conjunto de mulheres chefes de família”, refere.
A retoma dos voos, tal como acontecia até Setembro de 2017, tem sido uma exigência, nomeadamente, dos operadores económicos, os mais afectados pela medida, bem como da sociedade civil.
Esta semana, o movimento Sokols 2017 conseguiu entregar ao Governo um abaixo-assinado a exigir a retoma da operação.
A nível interno, a deputada nacional eleita pelo PAICV para o círculo de São Vicente, fala em dificuldades das agências de viagens em trabalhar com a Binter Cabo verde.
“As agências de viagens querem trabalhar com a Binter, já pediram um pacote, o dito preço de pacote, em que têm uma excursão, um grupo de cidadãos que pretendem ir de um lado para outro, por exemplo: para o Carnaval ou KFF, não importa, e o preço é feito num único montante. A Binter recusa-se a trabalhar com preço de pacote e, em contra proposta, pede às agências que trabalhem com aquilo que chama o OT, que é a tarifa de operador. A agência compra 30 lugares e se não conseguir vender todos, a Binter fica com o direito de vender os lugares excedentários que a agência não conseguiu vender. Ou seja, a Binter não corre nenhum risco no negócio.
Filomena Martins recorda ao governo que é sua responsabilidade acautelar o serviço de utilidade pública, sobretudo no que toca à coesão territorial e mobilidade dos cidadãos.