"Continuo e continuarei comprometido com o processo de desarmamento e desmilitarização das forças residuais da Renamo. Este mandato pode começar com um novo Moçambique, um país em paz", disse Filipe Nyusi, falando num comício organizado na província de Maputo para celebrar os resultados anunciados hoje pela Comissão Nacional de Eleições, dando vitória a Frelimo e ao seu candidato.
De acordo com Filipe Nyusi, é altura de os guerrilheiros da principal força de oposição em Moçambique (Renamo) voltarem à sociedade, num clima de paz e inclusão.
"Eles [os guerrilheiros da Renamo], que levam uma vida nas matas, merecem o seu lugar na sociedade, dando a sua humilde contribuição para o país que também lhes pertence.
Moçambique não pode voltar a observar um ciclo de violência devido a contestações dos resultados eleitorais, na medida em que, segundo o presidente do partido no poder, a prioridade agora deve ser o desenvolvimento.
"Os partidos políticos em Moçambique já não podem tentar resolver conflitos por meios violentos. O custo da violência é muito alto para o nosso povo e para os próprios mentores", disse Filipe Nyusi.
Nyusi prometeu ainda uma sociedade mais inclusiva nos próximos cinco anos, num ambiente em que "cada moçambicano deve ter oportunidade igual no novo país que se vai construir".
"Exorto a todos os moçambicanos a juntarem-se ao projecto que é de todos. Juntos vamos prosperar como uma nação", concluiu o Presidente moçambicano
Filipe Nyusi e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, assinaram em 6 de Agosto o Acordo de Paz e Reconciliação.
Apesar de as hostilidades entre as partes terem cessado em Dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita, um grupo na Renamo, que contesta a liderança do partido, permanece "entrincheirado nas matas", exigindo uma renegociação do acordo e ameaçando fazer voltar à guerra.
Filipe Nyusi foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato, com 73% dos votos, anunciou domingo a Comissão Nacional de Eleições, na divulgação dos resultados oficiais da votação de 15 de Outubro.
Em segundo lugar ficou Ossufo Momade, candidato da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, com 21,88%, e em terceiro Daviz Simango, líder da Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 4,38%.
Mário Albino, candidato pela Ação de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), obteve 0,73%.
No parlamento, a Frelimo reforça a maioria e vai passar a ter mais de dois terços dos lugares, cabendo-lhe 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, restando 60 (24%) para a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e seis assentos (2,4%) para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM),
Os resultados não foram aceites pelos partidos da oposição no parlamento, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), alegando fraude generalizada.
Ambas as forças políticas anunciaram através dos seus órgãos, já há vários dias, repúdio pela forma como decorreu o processo eleitoral e os seus representantes na CNE, bem como alguns membros da sociedade civil, votaram contra o apuramento final.
Os resultados foram aprovados com nove votos a favor e oito contra na reunião de sexta-feira da CNE.