“O processo [da privatização da Electra-empresa de produção de água e energia] está a decorrer normalmente. Há um plano em fase de preparação técnica, estudos e elementos para depois o Governo tomar a decisão em relação à estratégia da privatização”, precisou Alexandre Monteiro.
O governante fez estas declarações à imprensa à margem do instituto de perguntas ao executivo por parte dos deputados, que chamaram à sessão plenária da primeira quinzena de Novembro o ministro da Energia para o questionarem sobre o sector e as medidas em curso.
Segundo Alexandre Monteiro, para a privatização da Electra se está a preparar os “documentos estratégicos”, isto é, o quadro legal e todo o dossiê técnico.
Perguntado se já foi identificado algum parceiro interessado na Electra, afirmou que ainda não, tendo em conta, disse, que só a partir do quadro legal se começa a interacção em termos de “manifestação de interesse”.
“Ninguém manifesta interesse em [algo] que legalmente ainda não existe”, indicou.
Relativamente aos recentes apagões que têm afectado os grandes centros urbanos do país, nomeadamente Praia e Mindelo, reconheceu que estas situações “devem ser evitadas”, mas, observou, “quando se trata de máquinas, há situações que ultrapassam as previsibilidades”.
No que tange à capital do país, revelou que a situação não tem nada a ver com a produção, mas sim com a rede.
“Quando há situações de danificações e perturbações na rede e danos, inclusive provocados por terceiros, obriga a interrupção localizada de fornecimento de energia para evitar a paralisação geral das máquinas”, esclareceu o ministro, acrescentando que se está a fazer investimentos com vista a melhorar a “qualidade de gestão da rede”.
Questionado se hoje a Electra é uma empresa financeiramente saudável capaz de suscitar interesse da parte de algum parceiro internacional, respondeu nesses termos: “Mais do que uma empresa estamos a falar de um mercado energético. Estamos a falar de um sector com grande mercado e com perspectivas de um país em desenvolvimento”.
“Há privados já a manifestar interesse em investir no sector da energia em Cabo Verde”, conclui, apontando exemplo de investimentos privados na área das renováveis que ultrapassam os 25 milhões de euros, ou seja, mais de 2,5 milhões de contos cabo-verdianos.
Entretanto, o primeiro dia dos trabalhos da presenta sessão ficou marcado por um debate com a ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
Em termos legislativos, está prevista a discussão e aprovação de alguns diplomas, como o projecto de lei que cria a Ordem da Liberdade para galardoar os cidadãos que se notabilizaram por “serviços relevantes” em prol da liberdade e democracia.
A proposta de lei que cria o Conselho de Finanças Públicas e a que estabelece as normas que regulam a realização do investimento directo dos emigrantes em Cabo Verde fazem parte do pacote legislativo a ser aprovado pelos deputados, assim como o projecto de diploma que define o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) do pessoal da Assembleia Nacional.