O chefe do executivo tecia estas considerações na cerimónia de abertura da primeira delegação da Associação Nacional do Municípios de Cabo Verde (ANMCV) em São Vicente, num edifício que, simultaneamente, alberga a unidade da rede de Cidades Saudáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS), a primeira unidade instalada a nível de África.
“Há um antes das autarquias e há um depois. O seu impacto no desenvolvimento do país é extraordinário, conseguimos multiplicar por muitos, situações de dificuldade, que caso contrário seriam vistos sempre em médias de ministérios”, lançou Ulisses Correia e Silva, para quem isto é “significativo” relativo a avanços que o país teve.
Por isso, segundo a mesma fonte, deve ser feita uma “grande homenagem” a todos os autarcas de Cabo Verde, quando se completar, no próximo ano, os 30 anos do poder local.
O primeiro-ministro ainda deixou uma palavra de apreço à ANMCV por adoptar a desconcentração como uma das suas estratégias, ao criar a delegação em São Vicente.
Quanto à abertura da Unidade de Cidades Saudáveis, também implementada pela ANMCV, Ulisses Correia e Silva considerou ser um “grande desafio”, já que as cidades em Cabo Verde devem ter “qualidade, atractividade e condições de vida económico e social”.
O presidente da ANMCV, Manuel de Pina, também presente no evento, assegurou, que com estes dois “simbólicos actos” procurou-se dar “respaldo efectivo ao espírito de apoio aos municípios e veemente aos munícipes”.
E é esta “harmoniosa correlação”, que é, segundo a mesma fonte, a palavra-chave para “término da desigualdade social e erradicação da pobreza”, duas das metas “mais ambiciosas” para Cabo Verde entre os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável.
Manuel de Pina acredita ser um “marco histórico” na cidade do Mindelo, onde a partir da qual vão ser efectivados novos projectos, inclusive a instalação, no mesmo edifício, da Casa da Lusofonia.
O evento contou ainda com a coordenadora da implementação de cidades saudáveis e assessora do presidente da ANMCV, Helena Rodrigues, que assegurou que vão ser realizadas outras incitativas, como “cidade amiga do idoso, “cidade empreendedora” e “cidade da árvore”.
O Movimento Cidade Saudável em Cabo Verde foi assinado em Fevereiro de 2017, na Declaração do Mindelo, por um conjunto alargado de entidades e representantes das forças vivas do país
A cidade do Mindelo marcou este ponto de partida, com a assinatura da Declaração, e “consubstanciou o desígnio de se construir cidades cabo-verdianas mais saudáveis e sustentáveis, respeitando o planeamento urbano harmonioso e inclusivo, com ênfase nas vertentes económicas, social e ambiental”.
Neste momento, conta agora com outros parceiros como o Governo chinês, a Cooperação Luxemburguesa, que foram algumas das entidades parceiras distinguidas na cerimónia com um troféu de pedra.