É o que se pretende com o órgão, apresentado e lançado ao final da tarde desta segunda-feira, em São Vicente, num evento com fraca adesão dos jovens. O acto foi presidido por Ulisses Correia e Silva.
“Precisamos criar uma outra onda, que seja positiva, de compromisso com o país e não com o Governo A, B ou C. Que tenhamos uma ideia muito mais forte daquilo que representa e daquilo que é o compromisso que nós queremos com o nosso país, da forma como nós influenciamos as decisões em prol do país. Hoje, com o fenómeno das redes sociais, está cada vez mais difícil fazer este exercício, mas temos que o fazer através da criação de novas dinâmicas. Que mesmo em ambiente de ruído possamos ter condições de influenciar politicamente as melhores soluções. É isto que nós queremos com este conselho”, diz.
Nos requisitos do concurso para a selecção de 20 jovens para o Conselho Consultivo da Juventude, consta que os interessados devem ter nacionalidade cabo-verdiana e não ter filiação partidária. A Juventude do PAICV já se posicionou contra, defendendo que todas as juventudes partidárias deveriam ter assento, por inerência, neste órgão, assim como os responsáveis juvenis das diferentes confissões religiosas do país.
O primeiro-ministro explica a opção do executivo.
“Porquê esta opção? Não é porque há algum problema com política partidária ou com militantes de partidos políticos. É que em outras organizações a juventude partidária já está representada, tem forma privilegiada de influenciação, tem acesso à comunicação social. Nós queremos criar um outro instrumento onde a preocupação central seja, de facto, a juventude, onde a representação seja, se facto, dos jovens”, explica.
Além da fraca participação dos jovens no lançamento do Conselho Consultivo da Juventude, da plateia registou-se apenas uma intervenção, no período de esclarecimentos, feita por Alveno Soares. O activista social, que se candidatou para uma das 20 vagas para o conselho, considera que se trata uma oportunidade para reduzir o fosso entre a classe política e a juventude.
“De certeza será uma mais-valia para que tenhamos menos esse fosso entre a classe política e a classe que representa os jovens. Vejo nisso uma oportunidade para os jovens terem vez e voz e conseguirem também trazer outros jovens para mais perto. Os conselheiros que consigam ser seleccionados servirão de pontes entre o Estado e a voz das pessoas nas comunidades”, entende.
O Conselho Consultivo da Juventude funcionará como plataforma de comunicação entre jovens, junto do Primeiro-ministro. Serão 20 os conselheiros a serem recrutados, em todas as ilhas, através de um concurso que ainda está a decorrer. Os seleccionados terão um mandato de dois anos.
O Conselho Consultivo da Juventude terá como principais objectivos aconselhar o chefe do Governo sobre questões de relevância para o presente e futuro do país em matérias com impacto na vida dos jovens, nomeadamente o emprego, a educação, o empreendedorismo, os valores da família e da vida em sociedade, a habitação, a inovação, as tecnologias de informação e comunicação e o desenvolvimento sustentável.