O chefe do Governo aponta o desenvolvimento de soluções sustentáveis como um objectivo de todos os países insulares.
“Em Cabo verde conhecemos muito bem qual é a necessidade de bons transportes marítimos para unificar o mercado nacional, facilitar o escoamento de produtos, com previsibilidade, regularidade e complementar à oferta de transportes aéreos e ligar as ilhas com o mundo. É um desafio partilhado desenvolver soluções sustentáveis para países insulares e encravados. Do lado dos países insulares e arquipelágicos, como é o caso de Cabo Verde, o problema tem a ver com a fragmentação do mercado interno. Temos que ter portos e aeroportos em todas as ilhas”, diz.
Correia e Silva discursava esta manhã em São Vicente, durante o acto de abertura do Seminário Internacional da Rede das Mulheres Profissionais Marítimas e Portuárias da África Ocidental e Central.
O Primeiro-Ministro diz que os custos da insularidade são elevados e devem ser levados em conta.
“Essas especificidades devem ser devidamente ponderadas na criação de mecanismos que diferenciem os pequenos países insulares e encravados no financiamento de apoio ao desenvolvimento, visando atingir os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”, defende.
Os corredores marítimos em ilhas e países continentais que têm litorais, e que têm zonas económicas exclusivas marítimas importantes, são recursos relevantes para o seu desenvolvimento. Neste sentido, Ulisses Correia e Silva chama a atenção para a necessidade de mais segurança.
“Necessidade de segurança de fazer face a ameaças derivadas de tráficos e crimes transnacionais que circulam ao longo dos oceanos. Cada vez mais é necessário garantir um elevado nível de cooperação para a segurança entre os países. Cabo Verde tem uma zona económica marítima da dimensão do Texas, duzentas vezes superior ao território terrestre, o que exige um esforço adicional de gestão, de fiscalização, de vigilância, quer do ponto de vista da protecção da economia, quer do ponto de vista da segurança”, sustenta.
O Seminário Internacional da Rede das Mulheres Profissionais Marítimas e Portuárias da África Ocidental e Central começou hoje e termina quarta-feira em São Vicente, sob o tema “Os Portos da África Ocidental e Central e os países sem litoral: Que papel para o desenvolvimento de África?”.
O evento internacional, organizado pela ENAPOR, e focado na igualdade de género no sector marítimo e portuário, conta com representantes da Rede das Mulheres Profissionais Marítimas e Portuárias da África Ocidental e Central.