Numa carta enviada à Câmara Municipal de São Vicente, o presidente da Comissão Política Regional do PAICV, Alcides Graça, defende a transferência de 10 mil contos de verbas destinadas a eventos e investimentos públicos municipais para o referido fundo.
“Julgamos que a Câmara não pode ficar a solicitar sacrifícios às empresas e às famílias de São Vicente e ela própria não fazer o sacrifício. Portanto, aquilo que está destinado ao festival da Baía das Gatas, por exemplo, ou outros investimentos públicos que neste momento não são prioritários devem ser transferidos para o combate e criar o programa de assistência às pessoas carenciadas”, diz em entrevista hoje à Rádio Morabeza.
O responsável político também recomenda a activação e preparação de zeladores municipais nos diversos bairros da ilha, para fazerem o levantamento das famílias mais carenciadas.
“Os técnicos do Serviço Social devem ocupar-se com a triagem dos que mais necessitam, em concertação com os zeladores municipais”, sugere.
A montagem de um centro de atendimento telefónico é outra proposta.
Por uma questão de segurança, Graça entende que as pessoas nunca devem deslocar-se aos armazéns da câmara para recolher as cestas básicas. Defende que o município deve criar uma equipa de distribuição para levar a ajuda em segurança até ao seu destino.
Para a força política, a edilidade deve destacar uma equipa dos serviços sociais para, em articulação com a delegada do Ministério da Educação, assim como com as ONG e confissões religiosas, acompanhar a distribuição dos cabazes no âmbito do programa de assistência alimentar, criado pelo Governo.
“Desta forma, evitar-se-ia a duplicação de apoio, aliviava-se a CMSV e aumentava-se a eficácia e eficiência na distribuição de apoios às famílias carenciadas”, considera.
Ainda do ponto de vista social, o responsável quer ver os munícipes isentos do custo de água nas sentinas municipais por um período de três meses, a contar de 1 de Abril, e sugere a distribuição gratuita nos bairros e zonas rurais, através dos autotanques da Câmara Municipal.
“Nós estamos a falar de higienização pessoal, que é fundamental para impedir a propagação da doença, e há muitas famílias que não têm água canalisada”, diz.
As medidas sugeridas abarcam também as vendedeiras nos mercados municipais.
Do mesmo modo, aponta que também os comerciantes da Praça Estrela devem ser isentos da renda por um período de três meses.
A recuperação do projecto da casa da sopa é outra sugestão.
Da mesma forma, entende ser oportuna a suspensão imediata do pagamento das rendas em todas as casas sociais, geridas pelo Município, incluindo as casas habitadas, do programa “Casa para Todos”, por um período de três meses.
Cabo Verde continua a registar sete casos confirmados da COVID-19, entre as ilhas da Boa Vista (4), de Santiago (2) e São Vicente (1).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infectou mais 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 83 mil.