Posição expressa pelo presidente da Comissão Política Regional em São Vicente, depois de uma visita à Comissão de Recenseamento Eleitoral, para se inteirar do andamento do processo de recenseamento.
Alcides Graça diz que a situação é preocupante e coloca a ilha em risco de perder deputados nas próximas legislativas.
“Se o processo continuar neste ritmo, nós não temos muito tempo porque o processo de recenseamento só vai até 60 dias antes das eleições”, afirma.
Os deputados são atribuídos aos círculos eleitorais em função do recenseamento de cada círculo.
Graça recorda que se o número de eleitores reduzir, a ilha pode perder deputados, em função, por exemplo, do aumento de recenseados em outros círculos.
Humberto Mota, presidente da CRE, confirma o cenário traçado pelo PAICV.
O responsável local justifica o actual cenário com as condicionantes provocadas pela crise de COVID-19 e afirma que o recenseamento este ano deverá ficar abaixo do esperado.
“O ano corrente é o ano eleitoral, é o ano que em princípio devíamos ter um bom número, era a perspectiva. Tinha começado com esta tendência mas tendo em conta esta situação [COVID-19] foi interrompida totalmente e neste momento estamos preocupados, porque a lei não nos permite alterar a data das eleições, tendo em conta o término do mandato actual e isto nos leva a pensar que o recenseamento vai ficar muito aquém daquilo que é a nossa expectativa”, assegura.
Humberto Mota assegura que a falta de adesão no processo de recenseamento “não é por falta de informação”.
As estimativas da CRE apontam para uma média anual de cerca de 1.300 potenciais recenseados. Contudo, desde 2016, o número tem-se situado no intervalo entre 100 a 130 recenseados anuais. Este ano, até Fevereiro foram recenseadas cerca de 123 pessoas.