Olavo Correia, também titular da pasta das Finanças, fez essas declarações durante um encontro com os empresários locais, de diferentes áreas de actuação, micro, média e pequenas empresas, que durou quase três horas, num dos hotéis da cidade turística de Santa Maria.
“Nós temos as condições todas reunidas para vencermos os desafios do presente, com medidas que estamos a tomar ao nível do financiamento, ‘lay off’, da fiscalidade, formação, normas sanitárias (…), precisou, reconhecendo, também o esforço que os empresários estão a empreender para manter os postos de trabalho e as “empresas vivas”.
Diante a incerteza do término da pandemia, Olavo Correia tranquilizou, entretanto, que o Governo tem condições para “aguentar esta fase”.
“Mas é preciso pensar fora da caixa, com soluções nunca antes experimentadas em Cabo Verde, no plano fiscal, do financiamento, da gestão empresarial (…), para prepararmos o País para um futuro melhor”, acautelou.
“Um futuro que é incerto, mas que seguramente será um novo futuro, em que as nossas empresas terão de criar as condições para uma gestão mais eficiente, e o Estado tem de tomar medidas assertivas para apoiar e aguentar as empresas, mas sobretudo, criar instrumentos para apoiar a retoma económica” augurou.
Olavo Correia insistiu que o Governo tem a responsabilidade de, junto com o sector privado, criar as condições para evitar que empresas bem geridas e bem governadas, que possam acrescentar valor ao País tenham de morrer, uma vez que neste momento não estão a facturar.
“Então, o Estado tem de intervir. Estamos a intervir, e até hoje, quase um ano, temos conseguido”, referiu, assegurando, que no futuro o Governo vai também apoiar as empresas para a retoma económica.
“Porque se as empresas desaparecerem não haverá retoma. Será pior para o Estado. No dia em que acontecer a retoma, se as empresas não estiverem vivas, Cabo Verde não conseguirá projectar a retoma, terá que estar a trabalhar para recriar as empresas”, analisou.
“Por isso é fundamental que tenhamos medidas também de apoio à retoma económica. Estamos a tomar: a nível do financiamento, com juros bonificados, garantias do Estado, ao nível das normas securitárias, da fiscalidade (…). Penso que temos as condições todas ao nível do Governo e ao nível do sector privado”, concretizou.
Olavo Correia destacou, por outro lado, a criação do Fundo Soberano que, conforme explicou, vai ajudar nos “grandes projectos”, projectos estruturantes, nomeadamente a nível do turismo, indústria, pesca, agricultura entre outros sectores.
“Esse fundo será fundamental no quadro do apoio à retoma económica que vai acontecer seguramente”, prognosticou, fazendo fé nos “impactos imediatos” da vacina.
O governante disse ter saído “optimista” do encontro, já que os empresários, conforme referiu, “estão contentes” com as medidas adoptadas pelo Governo, na sua generalidade.
“Para já, por termos sala cheia significa que há confiança em relação ao futuro. Sinto que há um sentimento de confiança em relação ao futuro de Cabo Verde. Isto é o mais importante, e o Governo não pode defraudar, tem de ajudar a reforçar esta confiança”, enfatizou.
“As empresas não podem morrer e naquilo que depender do Estado de Cabo Verde tudo faremos para que essas empresas continuem vivas. Saio daqui muito contente, com sentimento de muita confiança”, concluiu.