A presidente do maior partido da oposição apresentou, esta manhã, as linhas gerais da plataforma eleitoral do PAICV, em que promete "construir um Cabo Verde para todos".
Na educação, por exemplo, JHA promete reformar o sistema educativo para que o país possa ter "uma educação que o prepare para o futuro".
"Temos de alinhar a formação do nosso capital humano com as necessidades do país", referiu Janira Hopffer Almada.
"Queremos disponibilizar conteúdos numa plataforma digital que esteja à distância de um clique para todos, mesmo os que vivem nos povoados mais distantes". E para que isso se torne realidade, a presidente do PAICV prometeu oferecer "um equipamento para que ninguém fique de fora desta plataforma".
Além da educação a saúde. "A saúde é um direito. Não é um luxo como está a ser considerado agora", apontou prometendo uma maior alocação de recursos no sector da saúde.
"O nosso objectivo deve ser reduzir ao máximo as evacuações", disse prometendo que em caso de vitória nas eleições o sector da saúde vai ser alvo de melhorias. "Não podemos ter a situação de pessoas com menos posses não consigam fazer um TAC".
O turismo de saúde - turismo medical, como lhe chamou a presidente do PAICV - é outra das apostas. "Temos de criar condições para com as grandes clínicas criarmos essa oferta" numa perspectiva de diversificação da economia.
Para a presidente do PAICV, Cabo Verde precisa de mais segurança e melhor justiça. "É evidente o clima de insegurança e a complexificação da criminalidade".
No entanto, assegurou, é necessário apostar na prevenção e não na repressão. "É a desigualdade e não a pobreza" que levam à criminalidade.
"Queremos criar uma Guarda Republicana e um novo modelo de organização policial, que tenha em conta o mapeamento demográfico e o mapeamento criminal". Mas para que isso se torne realidade é necessário que os dados estatísticos venham de uma só fonte. "Não podemos ter as instituições a avançar, cada uma, com as suas estatísticas sobre a criminalidade".
A morosidade da justiça "que muitas vezes leva ao sentimento de impunidade" vai ser combatida através de uma melhoria da plataforma tecnológica da justiça.
Outros passos são "melhorar a investigação e criar os tribunais especiais de rápida resposta para que possamos aligeirar o número de pendentes".
Nos transportes, a posição do PAICV é que os negócios feitos devem obedecer a três factores: transparência, rigor e preservação dos interesses nacionais, coisas que o "governo do MPD não fez", acusou a presidente do PAICV. "O sector dos transportes aéreos, vamos fazer a renegociação do acordo de privatização dos TACV. O actual acordo não serve os interesses do país". "Vamos recuperar a companhia de bandeira e vamos retomar os transportes interilhas".
Ainda neste sector, a presidente do PAICV assegurou que a regulação, caso o seu partido vença as eleições, "vai ser reforçada".
Nos transportes marítimos "a concessão foi feita num ambiente nebuloso com a promessa de cinco navios novos. Desses cinco navios quantos estão no país? Quanto custa aos cabo-verdiano, por dia, a exploração do navio Chiquinho?", questionou.
Também no sector marítimo, a presidente do maior partido da oposição prometeu a revitalização dos estaleiros da CABNAVE, em São Vicente, dizendo que estes podem ainda desempenhar "um papel importante a nível regional".
Na agricultura "é preciso trabalhar na cadeia de valor para conseguirmos escoar os produtos, não só para o mercado nacional como para a diáspora".
O turismo, que tem um papel central na economia nacional, tem de ser repensado, defendeu JHA.
"É este turismo que queremos? Não, hoje queremos mais", assegurou dizendo que Cabo Verde tem de apostar num turismo que "ajude a desenvolver os outros sectores como a agricultura, a pesca e a cultura".
Sendo governo o PAICV defende que a abertura do país ao turismo não pode ser feita sem que se avance para a vacinação contra a covid-19. Por isso, garantiu Janira Hopffer Almada, o objectivo "é vacinar 70% da população até Outubro". E porquê Outubro? Porque é o início da próxima época alta" do turismo.