Em declaração à imprensa, a Deputada do PAICV, Rosa Rocha, afirmou que no meio rural existem pessoas que não tem rendimentos financeiros.
“Não conseguimos encontrar em todas as localidades que visitamos um único grupo de trabalho público para as pessoas terem rendimentos e poderem sustentar a família”, por isso, defende, há “muitas famílias” que estão a passar por “deficiência alimentar”.
A deputada considera a situação como sendo “precária” e exige “uma resposta rápida” das autoridades municipais e governamentais antes que a situação se agrave “ainda mais”.
“Não podemos falar de fome porque em Cabo Verde temos alguma dificuldade em falar de fome, mas temos precariedade em termos de acesso a alimentos por parte de muitas famílias no município do Porto Novo. É necessário que o Governo e a Câmara Municipal dêem resposta atempada às famílias antes que situação seja muito mais grave”, reforçou Rosa Rocha, no final de uma visita a este concelho.
No Porto Novo, os eleitos nacionais do PAICV por Santo Antão ouviram os criadores de gado desde o Planalto Leste à zona baixa do município e constataram que “a situação precisa de uma resposta rápida do Governo”.
Os Deputados PAICV exigem “políticas públicas para responder a problemas estruturantes” do município, sobretudo dos criadores de gado e dos agricultores, que, a seu ver, enfrentam cerca de oito anos de seca, já que nestes anos apenas choveu em 2016.
A seca explicou a deputada, criou um problema de degradação da pastagem e não houve, da parte do Governo, projectos de recuperação das espécies forrageiras no concelho, onde há também “deficiência de água em termos de disponibilidade e de acesso”.
Rosa Rocha disse que existe “um problema de falta de resposta atempada aos problemas” dos camponeses no Porto Novo, dando como exemplo o plano de urgência para mitigação dos efeitos da seca aprovada em Outubro que ainda não apresentou “qualquer resultado”.
Enquanto isso, o preço do milho e da ração “aumenta dia a dia” e o desconto anunciado pelo executivo governamental de bonificar a ração em 30 por cento (%) é “extremamente insuficiente face à gravidade da situação”, concluiu.